Cristo Bom Pastor, modelo mais alto de amor ao rebanho

Publicado em 26/04/2015 | Categoria: Notícias Papa Francisco |


 

papa angelus

                            Neste IV Domingo de Páscoa, após ordenar 19 sacerdotes na Basílica vaticana, o Papa Francisco assomou à janela do apartamento Pontifício para recitar a Oração do Regina Coeli na presença dos milhares de peregrinos presentes na Praça São Pedro. Em sua reflexão, que precede a oração, o Santo Padre falou de Jesus como o ‘Bom Pastor’, como recorda a liturgia deste domingo.

Cristo é pastor verdadeiro, disse o Papa, pois ao oferecer livremente a própria vida, “realiza o modelo mais alto de amor pelo rebanho”. Em contraposição ao verdadeiro, Francisco explica que o falso pastor “pensa em si mesmo e explora as ovelhas”. O bom pastor, pelo contrário, “pensa nas ovelhas e doa a si mesmo”:

“Diferentemente do mercenário, Cristo pastor é um guia atento que participa da vida de seu rebanho, não busca outro interesse, não tem outra ambição do que guiar, nutrir, proteger as suas ovelhas. E tudo isto ao preço mais alto, o do sacrifício de sua própria vida”.

O Papa explicou, que na figura de Jesus, pastor bom, podemos “contemplar a Providência de Deus, a sua solicitude paterna por cada um de nós”:

“É realmente um amor surpreendente e misterioso, porque dando-nos Jesus como Pastor que dá a vida por nós, o Pai nos deu tudo aquilo que de maior e precioso poderia nos dar! É o amor mais alto e mais puro, porque não é motivado por nenhuma necessidade, não é condicionado por nenhum cálculo, não é motivado por nenhum interessado desejo de troca. Diante deste amor de Deus, nós experimentamos uma alegria imensa e nos abrimos ao reconhecimento por aquilo que recebemos gratuitamente”.

Mas somente contemplar e agradecer não basta – advertiu Francisco, “é necessário seguir o Bom Pastor”, especialmente aqueles que têm a missão de guia na Igreja, como sacerdotes, Bispos, Papas:

“São chamados a assumir, não a mentalidade do administrador, mas a de servo, à imitação de Jesus que, despojando-se de si mesmo, nos salvou com a sua misericórdia. A este estilo pastoral, de Bom Pastor, são chamados também os novos sacerdotes da Diocese de Roma, que tive a alegria de ordenar esta manhã na Basílica de São Pedro”.

O Santo Padre conclui, pedindo a Maria Santíssima que conceda para ele, para os bispos e para os sacerdotes de todo o mundo a graça de servir o povo santo de Deus, mediante a “gloriosa pregação do Evangelho, a celebração dos Sacramentos e a paciente e humilde guia pastoral”.

Após recitar a Oração do Regina Coeli, o Papa Francisco expressou sua proximidade às vítimas do terremoto que abalou o Nepal. Em solidariedade, um grande aplauso ecoou na Praça São Pedro:

“Desejo assegurar a minha proximidade às populações atingidas por um forte terremoto no Nepal e nos países vizinhos. Rezo pelas vítimas, pelos feridos e por todos aqueles que sofrem por causa desta calamidade. Que tenham o apoio da solidariedade fraterna. E rezemos a Nossa Senhora para que lhes seja próxima”.

Após, o Pontífice recordou que neste domingo, no Canadá, é proclamada Beata a Irmã Maria Elisa Turgeon, fundadora das Irmãs de Nossa Senhora do Rosário de São Germano, “uma religiosa exemplar, dedicada à oração, ao ensinamento nos pequenos centros de sua diocese e às obras de caridade. Demos graças ao Senhor por esta mulher, modelo de vida consagrada a Deus e de generoso empenho a serviço do próximo”.

Por fim, saudou os numerosos grupos presentes na Praça, em especial os poloneses, vindos por ocasião do primeiro aniversário da canonização de João Paulo II. (JE)

perdoar

Francisco aos novos sacerdotes: Vocês estarão no confessionário para perdoar, e não condenar

 

 

Na manhã deste IV Domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor e 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa Francisco ordenou 19 novos sacerdotes. A celebração na Basílica de São Pedro teve início às 9h30 e foi concelebrada, entre outros, pelo Cardeal Vigário de Roma Agostino Vallini.

 

Treze dos ordenados foram formados nos seminários diocesanos de Roma. Nove no Colégio Diocesano “Redemptoris Mater”, três no Pontifício Seminário Romano Maior e um no Seminário de Nossa Senhora do Divino Amor. Dos outros seis, quatro pertencem à Congregação da Família dos Discípulos, um à Ordem Franciscana dos Frades Menores Conventuais e um é de rito malabarense, da Diocese de Thamarassery, Índia. Os novos sacerdotes, assim, são provenientes do Peru, Colômbia, Chile, Coreia do Sul, Croácia, Madagascar, Índia e Itália. Todos tem menos de 40 anos. O mais jovem, completará 28 anos em 2 de junho.

 

O Papa recordou inicialmente que todo o povo santo de Deus foi constituído povo sacerdotal, “todos nós!”. No entanto, “o Senhor Jesus quis escolher alguns em particular, para que, exercendo publicamente na Igreja em seu nome o exercício sacerdotal em favor de todos os homens, continuassem a sua pessoal missão de mestre, sacerdote e pastor”. O bispo – observou o Santo Padre – arrisca ao refletir sobre um vocacionado e ao escolhê-lo, “assim como o Pai arriscou com cada um de nós”.

 

Dirigindo-se àqueles que em poucos instantes “seriam promovidos à ordem dos presbíteros”, o Santo Padre recordou que “seriam partícipes da missão de Cristo, único Mestre”. “Deem a todos – disse ele – a palavra de Deus que vós mesmos recebestes com alegria. Leiam e meditem assiduamente a Palavra do Senhor para acreditar naquilo que leram, ensinar aquilo que aprenderam na fé e viver aquilo que ensinaram”. E acrescentou:

 

“E isto seja alimento para o Povo de Deus; que as vossas homilias não sejam monótonas, que as vossas homilias cheguem justamente ao coração das pessoas porque saem do coração de vocês, para que aquilo que vocês dizem a eles seja aquilo que vocês tenham no coração. Assim se dá a Palavra de Deus e a vossa doutrina será alegria e apoio aos fiéis de Cristo, o perfume de vossa vida será o testemunho, para que o exemplo edifique, mas as palavras sem exemplo são palavras vazias, são ideias e não chegam nunca ao coração, e até mesmo fazem mal, não fazem bem!”.

 

O Papa recordou aos futuros sacerdotes, que quando celebrarem a Missa, devem “reconhecer aquilo que fazem. Não fazer com pressa!”:

 

“Imitem aquilo que celebram – não é um rito artificial, um ritual artificial – pois assim participando ao mistério da morte e ressurreição do Senhor, levareis a morte de Cristo nos vossos membros e caminhais com Ele na novidade da vida”.

 

“Nunca recusem o Batismo a quem o pedir!”, advertiu o Santo Padre. “E com o Sacramento da Penitência, perdoai os pecados em nome de Cristo e da Igreja”:

 

“E eu, em nome de Jesus Cristo, o Senhor, e da sua Esposa, a Santa Igreja, vos peço para não vos cansarem de serem misericordiosos. No confessionário vocês estarão para perdoar, não para condenar! Imitem o Pai que nunca se cansa de perdoar”.

 

Ao continuar a traçar o perfil de um verdadeiro sacerdote, Francisco advertiu:

 

“Conscientes de terem sido escolhidos entre os homens e constituídos a seu favor para esperar as coisas de Deus, exerçam na alegria e na caridade sincera a obra sacerdotal de Cristo, unicamente com a intenção de agradar a Deus e não vós próprios. É feio um sacerdote que vive para agradar a si mesmo….É um pavão!”.

 

Por fim, o Papa exorta a serem “ministros da unidade na Igreja, na família”, para conduzi-la a Deus Pai por meio de Cristo no Espírito Santo”, tendo sempre diante dos olhos “o exemplo do Bom Pastor, que não veio para ser servido, mas para servir; não para permanecer nas suas comodidades, mas para sair e buscar e salvar aquilo que estava perdido”. (JE)

 

 Fonte: Rádio Vaticano



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