Audiência: Jubileu é no mundo inteiro, não só em Roma

Publicado em 17/12/2015 | Categoria: Notícias Papa Francisco |


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Perdão e coragem: essas duas palavras marcaram a Audiência Geral do Papa Francisco de quarta-feira (16/12). Cerca de 15 mil peregrinos se reuniram na Praça S. Pedro para ouvir a catequese do Pontífice, que foi dedicada aos sinais do Jubileu.

 

A salvação é grátis

O primeiro sinal é a Porta Santa, aberta no último domingo em todas as dioceses. “O Jubileu é em todo o mundo, não só em Roma”, frisou o Papa, justamente para que este Ano Santo possa se tornar uma experiência compartilhada por todas as pessoas.

Espalhada em todos os continentes a articulada em tantas Igrejas particulares, “é sempre e somente a única Igreja que Jesus Cristo quis e pela qual ofereceu a Si mesmo”, recordou Francisco, citando o Concílio Vaticano II. A Porta, aliás, indica o próprio Jesus quando disse: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem”.

“Atravessar a Porta Santa é o sinal da nossa confiança no Senhor Jesus que não veio para julgar, mas para salvar. É sinal de uma verdadeira conversão do nosso coração”, afirmou Francisco, recordando que a salvação “não se paga, não se compra, é grátis”, advertindo para quem eventualmente quiser cobrar de algum fiel esta experiência. “A Porta é Jesus, e Jesus é gratuito!”

Ao atravessar a Porta, acrescentou, devemos manter escancarada também a porta do nosso coração, para não excluir ninguém.

Perdão

Outro sinal do Jubileu são o perdão e a misericórdia, que não devem permanecer belas palavras, mas realizar-se na vida cotidiana.

“Trata-se de um programa de vida que não deve conhecer interrupções ou exceções, mas nos impulsiona a ir sempre além sem jamais nos cansar, com a certeza de sermos amparados pela presença paterna de Deus”, disse o Papa.

Confissão

A Confissão é também outro sinal importante do Jubileu. Aproximar-se deste Sacramanto equivale a fazer experiência direta da sua misericórdia. Deus, recordou Francisco, nos compreende inclusive nos nossos limites e contradições, e é ainda mais próximo de nós quando reconhecemos os nossos pecados. Quando isso acontece, disse, “há festa no céu”.

Para quem afirma que não consegue perdoar, o Pontífice afirmou que não podemos pedir a Deus que nos perdoe se não somos capazes desse gesto. “Certamente perdoar não é fácil, porque o nosso coração é pobre e contando somente com suas forças não se pode conseguir.” Mas nos abrindo à misericórdia de Deus, seremos também nós capazes de persoar.

“Portanto, coragem! Vivamos o Jubileu iniciando com esses sinais que comportam uma grande força de amor. O Senhor nos acompanhará para nos conduzir a experimentar outros sinais importantes para a nossa vida. Coragem, avante!”, exortou Francisco.

Antes e depois da catequese, os fiéis cumprimetaram antecipadamente o Pontífice, que no dia 17 de dezembro completará 79 anos. Uma jornalista mexicana presenteou Francisco com um bolo em forma de sombrero.

Assista à íntegra da catequese do Papa

(BF)

 

 

 

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Papa: reação moral diante de guerras e terrorismo

 

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã de quinta-feira (17/12) os embaixadores de Guiné, Letônia, Índia e Barein, para a apresentação de suas credenciais.

Em seu discurso, o Pontífice citou a publicação, dois dias atrás, de sua Mensagem para o próximo Dia Mundial da Paz, em que exorta a vencer a globalização da indiferença, uma das tendências negativas de nossa época.

Humanismo desequilibrado

Francisco recordou que são muitas as formas com as quais esta atitude de indiferença se manifesta, mas tem em sua raiz um “humanismo desequilibrado”, em que o homem ocupou o lugar de Deus, ficando – por sua vez – vítimas de várias formas de idolatria.

Estando em si interligadas a indiferença em relação a Deus, ao próximo e ao meio ambiente, a resposta a este desafio deve ser única, isto é, promovendo um renovado humanismo, que coloque novamente o ser humano na sua justa relação com o Criador, com os outros e com a criação. Para isso, o Papa destaca o papel dos meios de comunicação e da escola.

Ano marcado por violência

Fazendo um balanço do ano que está para se concluir, o Pontífice afirmou que, infelizmente, 2015 foi marcado por um multiplicar-se de conflitos violentos, seja bélicos, seja terroristas.

Por outro lado, analisou, esta situação está provocando sempre mais nas consciências mais amadurecidas uma reação não violenta, mas espiritual e moral. “É esta reação que nós queremos e devemos alimentar com os meios à nossa disposição e segundo as nossas responsabilidades”, disse Francisco, citando o Jubileu da Misericórdia, convocado com a finalidade de difundir em todo o mundo o espírito do perdão e da reconciliação.

Neste Ano Jubilar, prosseguiu, “desejo formular um apelo aos responsáveis pelos Estados a realizarem gestos concretos em favor dos irmãos que sofrem com a falta de trabalho, terra e teto”.

Liberdade religiosa

Ao concluir suas reflexões, o Papa fez votos de profícuo trabalho aos novos embaixadores, garantindo que a Santa Sé se empenha em instaurar com os países que representam um diálogo aberto e respeitoso. “Eu os encorajo a colaborar sempre de maneira leal ao bem comum de toda a sociedade. E melhor poderão fazê-lo quanto mais será reconhecida efetivamente a liberdade religiosa.”

(BF)

 

 

 

Papa abrirá Porta Santa de estrutura da Caritas de Roma

O Papa Francisco abrirá nesta sexta-feira, 18, às 16h30min, a Porta Santa da Caridade no albergue “Don Luigi Di Liegro” e o Refeitório “São João Paolo II” na Estação Términi, centro de Roma. Esta será a quarta Porta Santa a ser aberta pelo Pontífice. A Rádio Vaticano vai transmitir a cerimônia, com comentários em português, a partir das 13h30min, horário de Brasília.

A cerimônia

A liturgia terá início na praça existente diante das duas estruturas da Caritas da Diocese de Roma, às 16h30, com o rito de abertura da Porta. Acompanharão o Santo Padre quatro hóspedes do albergue, que levarão a Cruz, o Missal e as velas. Seguirão o Santo Padre, Mons. Enrico Feroci, Diretor da Caritas e três sacerdotes colaboradores do organismo diocesano: Padres Giorgio Gabrielli, Padre Danilo Priori e Padre Donaro Palminteri. Durante a procissão serão entoadas as ladainhas de oração aos santos, como  São Felipe Neri, Santa Fabíola (a quem é dedicada a Capela do albergue), Santa Jacinta (a quem é dedicada a Cidadela da Caridade de Ponte Casilino), São Damião de Molokai (a quem é dedicada a Capela da “Casas família para os doentes de Aids” de Villa Glori), São João Paulo II – e aos mártires da justiça e da caridade, o Beato Oscar Romero e a Beata Madre Teresa de Calcutá.

A Porta Santa

O Papa Francisco atravessará a Porta Santa passando sob o mosaico realizado pelo jesuíta Padre Marko Ivan Rupnik, mostrando o ícone do Jubileu. Dentro do refeitório estarão aguardando o Santo Padre 200 hóspedes do albergue, representando todos os Centros de Acolhida da Caritas da Diocese de Roma. Com eles, o Papa Francisco celebrará a Eucaristia, segundo a liturgia do dia.

As leituras e a animação

A animação da celebração – cantos, leituras e orações dos fieis – estará à cargo dos hóspedes da Caritas. A primeira leitura será proclamada por Angelo Zurolo, residente no albergue e redator do Jornal “Gocce di Marsala”, realizado pelos hóspedes da estrutura Caritas; o Salmo Responsorial e a Aclamação do Evangelho serão feitos por Rita Quaranta, residente na “Cidadela da Caridade”, de Ponte Casilino.  As orações dos fieis, por sua vez,  foram escritas e serão lidas por uma jovem mãe – hóspede do Centro de Acolhida “Casa de Cristian”, voltada à famílias com crianças em situação de dificuldades; por um requerente de asilo do Centro de Acolhida “Ferrhotel”; por um hóspede do albergue; por Maria Teresa Serra, voluntária do refeitório “São João Paulo II” e por Andrea La Rosa, Coordenador do Albergue “Don Luigi Di Liegro”.

Missa exclusiva para os hóspedes

Na celebração Eucarística participarão exclusivamente os hóspedes das estruturas de acolhida acompanhados por alguns voluntários e funcionários. Já na praça, estarão assistindo a liturgia mais de 500 pessoas, entre voluntários e animadores da Caritas. A imprensa poderá acompanhar a celebração através das imagens do Centro Televisivo Vaticano, visto que por desejo do Papa Francisco, o encontro com os hóspedes da Caritas diocesana de Roma será “privado e pessoal”.

As estruturas

O Albergue “Don Luigi di Liegro” e o Refeitório São João Paulo II são duas estruturas de acolhida para sem-teto. O primeiro acolhe, a cada noite, 195 pessoas. No refeitório, por sua vez, são servidas 500 jantas. Os dois centros foram inaugurados em 10 de dezembro passado pelo Cardeal Agostino Vallini, após terem sofrido uma grande reforma desde 2011. As duas são estruturas que a Caritas administra desde 1987, em parceria com a Prefeitura de Roam, em um imóvel colocado à disposição pela Ferrovia do Estado. (JE)

 

Fonte: Rádio Vaticano



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