Vida que brota do silêncio

Publicado em 11/04/2012 | Categoria: Notícias |


Era uma vez uma manhã de domingo… Ainda não havia amanhecido de todo, quando um grupo de mulheres caminhava sob a névoa que não tinha sido dissipada pelo sol. Seguiam tristes, silenciosas. O Mestre tinha morrido e o vazio que Ele deixara era enorme. Tudo tinha sido tão rápido, que nem tiveram tempo para preparar devidamente o Seu corpo para o sepultamento. Agora, passado o dia da festa da Páscoa, podiam fazê-lo sem ferir os preceitos. Seguiam, então.

Ao chegarem ao jardim, viram o túmulo remexido, a pedra tirada. E ficaram apavoradas! Haveria alguém roubado o corpo do Senhor? Teriam tido coragem de violar Seu túmulo? Lá dentro, vazio e silêncio. Cá fora, a confusão… Procuram pelo corpo, correm a chamar os apóstolos. E Maria chora. Chora até reconhecer no jardineiro que lhe interpela o próprio Jesus. Sim! Ele cumprira sua promessa e ressuscitara.

A ressurreição de Jesus não é um acontecimento pirotécnico, como nos acostumamos a ver nas representações teatrais. Jesus ressuscita no silêncio da manhã, sem ninguém como testemunha, sem alarde. Dessa forma supera todas as expectativas daqueles que esperavam sua ressurreição como uma vingança política que demonstrasse pela força, o poder de Deus.

A ressurreição silenciosa nos ensina que a vida nasce no silêncio, que as maiores vitórias nem sempre são as da força ou as do sucesso mundano, mas aquelas que acontecem na simplicidade do cotidiano: o sol que surge no horizonte, o sorriso de uma criança, um abraço amigo, pequenos gestos que nos dão a certeza de que Deus está vivo.

Ainda na sexta-feira, a espada da morte ferira o coração daqueles que eram amigos de Jesus. O luto, a dor, a tristeza invadira suas almas e as saídas se fecharam. De repente, uma manhã muda tudo: o Senhor cumprira sua promessa! A paz que os invadira transformará o mundo: a fé dos cristãos é a fé em um Deus Vivo, presente, atuante na história da humanidade – até hoje!

Era uma vez uma manhã de domingo. Como a que vai nascer proximamente, como a que nasce a cada semana, a cada dia. Possamos ver no silêncio e no pequeno de cada dia a presença viva de Jesus Ressuscitado. Possamos ter certeza de que a vida é a última palavra de um Deus que é essencialmente amor.

Texto para sua oração: Jo 20, 1-9

Autor: Gilda Carvalho

Fonte: Amai- vos



Os comentários estão desativados.