Uma Igreja mais aberta para a missão

Publicado em 15/07/2012 | Categoria: Notícias |


“Que esse Congresso realmente ajude a nossa Igreja a ser mais aberta para a missão em todos os âmbitos”, diz dom Leonardo em Palmas.

 

A segunda coletiva de imprensa do 3º Congresso Missionário Nacional, que acontece em Palmas (TO) até hoje, 15, contou com a participação do secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner.

Em suas colocações, dom Leonardo fez seu apelo para que a Igreja seja mais missionária e falou sobre alguns eventos da Igreja que contemplam a dimensão missionária, entre eles, o Concílio Vaticano II, tema do 3º CMN; o Ano da Fé proclamado pelo papa Bento XVI, que acontece de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, Solenidade de nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo; e o Sínodo sobre a Nova Evangelização que se celebrará em Roma, em outubro próximo.

Segundo dom Leonardo, o 3º CMN, por ter uma relação estreita com esses importantes eventos missionários da Igreja no mundo, colabora para divulgá-los. “Estamos nos preparando para iniciar o Ano da Fé, em 7 de outubro, e o Sínodo sobre a Nova Evangelização que acontece de 7 a 28 de outubro desse ano, portanto, são elementos todos que começam a repercutir dentro deste Congresso que faz a repercussão para fora”.

Dom Leonardo lembrou os participantes do Congresso Missionário de Palmas, justificativa elementar para que o Congresso seja um evento que contribui significativamente com a dimensão missionária da Igreja no Brasil. “Aqui temos pessoas de muitas dioceses, prelazias, paróquias; temos padres, religiosos, leigos, jovens, bispos, e nós esperamos que esse Congresso realmente ajude a nossa Igreja a ser mais aberta para a missão em todos os âmbitos”, sublinhou.

A abertura missionária que o secretário da CNBB se refere é aquela com horizontes fixos na evangelização que perpassa todas as pastorais da Igreja: “aberta para a Amazônia, para a Pastoral Urbana, para a missão na periferia. Essa é a missão de todos nós, de sermos anunciadores de Jesus ou outra expressão muito bonita: testemunhas de Jesus crucificado e ressuscitado”.

O bispo auxiliar de Brasília também realçou algumas graças, frutos da disposição missionária da Igreja. “É uma graça muito grande podermos anunciar um Deus no meio de nós, como nós. Podermos anunciar o filho de Maria, o filho do Pai eterno que está no meio de nós, que dá sentido e horizonte às nossas vidas. Essa tarefa e missão é grandiosa e certamente esse Congresso ajudará todos nós nessa vocação e missão de todos os batizados”.

Dom Leornado, ainda em sua fala, voltou a comentar a importância do Concílio Vaticano II para o despertar e crescimento das atividades missionárias da Igreja no mundo. “Nós viemos já desde o Concílio Vaticano II lembrando a missionariedade na Igreja. O Concílio nos abriu outra perspectiva não mais pensando somente na Missão Ad Gentes (para os povos que ainda não tinham ouvido falar de Jesus), mas também foi devagar despertando para a missionariedade interna, de criarmos esse espírito de missão. Com o passar do tempo, os documentos latino-americanos, especialmente o último, o Documento de Aparecida (DAp), falam que todo batizado participa do envio de Jesus. Todo homem e toda mulher que recebeu a graça do batismo, deve testemunhar Jesus. Essa grandeza, creio que aparece em nosso Congresso”, concluiu.

Participaram ainda da coletiva o secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé, padre Marcelo Gualberto; o secretário nacional da Infância e Adolescência Missionária (IAM), padre André Luiz de Negreiros; a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e secretária executiva do Conselho Missionário Nacional (Comina), irmã Dirce Gomes; e a coordenadora estadual da IAM do Regional Nordeste 1 da CNBB (Ceará) Arlane Markely.

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Religiosos convocam congressitas a se empenharem na luta pela erradicação do tráfico de seres humanos

 

Um dos mutirões do 3. Congresso Nacional que se realiza neste final de semana em Palmas (TO), aquele formado por membros de várias congregações religiosas discutiu,ontem, o grave problema do tráfico de pessoas.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNDOC), a rede do tráfico de pessoas é altamente lucrativa e ocupa o terceiro lugar na economia mercadológica do crime organizado, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas. Atinge cerca de 2,5 milhões de vítimas e movimenta aproximadamente, 32 bilhões de dólares por ano. Estima-se que 700 mil mulheres e crianças passam todos os anos pelas fronteiras internacionais do tráfico humano. Isso sem contabilizar o tráfico interno, que no País é alarmante.

“Nosso maior sonho é a erradicação do Tráfico de Seres Humanos”, disse Irmã Eurides de Oliveira, ICM, coordenadora da rede Um Grito pela Vida da CRB, em sua partilha. Dentre as experiências foi feita partilha da caminhada missionária da rede Um Grito pela Vida, formada por Congregações Religiosas, que se empenha na luta pela erradicação do Tráfico de Seres Humanos.

De acordo com Irmã Eurides o tráfico de pessoas, sobretudo de mulheres e crianças, que são as vítimas em potencial deste ilícito negócio, é hoje um dos mais urgentes apelos históricos para a sociedade.

“Faz parte das afirmações fundamentais da teologia cristã recusar qualquer tipo de violência como expressão da violação de direitos humanos, a ela se opor, denunciá-la é contribuir para sua superação” disse.

Em sua colocação Irmã Eurides destacou a realidade do Tráfico de Pessoas e a resposta da Vida Religiosa Consagrada frente a essa realidade.

A pobreza, o desemprego, bem como a ausência de educação e de acesso aos recursos constituem as causas subjacentes ao Tráfico de Seres Humanos. As mulheres são particularmente vulneráveis ao tráfico de seres humanos devido à feminização da pobreza, à cultura de discriminação e desigualdade entre homens e mulheres, à falta de possibilidades de educação e de emprego, a cultura hedonista que transforma o corpo da mulher em objeto de desejo e cobiça.

 

A resposta da Vida Religiosa Consagrada

 

Segundo a religiosa, é pela força do Carisma a da missão de seguir Jesus no caminho dos pobres, que a Vida Religiosa Consagrada, num movimento dinâmico de fé e solidariedade se sente convocada a viver a Consagração-Missão nas periferias e fronteiras das causas humanas, ouvindo as interpelações de Deus no hoje da história.

“A rede Um Grito pela Vida foi a resposta da Vida Religiosa por meio da União das Superioras Gerais das Congregações, reunidas em Assembleia internacional, com o objetivo de sensibilizar e socializar informações sobre o Tráfico de Seres Humanos; capacitar multiplicadores, multiplicadoras para ações educativas de prevenção e assistência e intensificar a luta por políticas públicas de enfrentamento desta realidade. A rede tem assumido esta tarefa desde 2006. É Intercongregacional, constituída por religiosas de diversas Regionais e Congregações e se torna um espaço de articulação e ação solidária da Vida Religiosa Consagrada do Brasil. É parte constitutiva da CRB Nacional, relatou.

Os Religiosos e Religiosas promovem e participam de atividades e processos de prevenção, assistência as vítimas e intervenção política que contribuam para instruir e instrumentalizar a sociedade, e coibir o crescimento da inserção de vítimas neste mercado do crime.

“A rede é um caminho que possibilita ensaiar passos de encarnação em novos espaços sociais, políticos e teológicos para incidirmos nesse fenômeno, que cresce de maneira assustadora. Sutil e vorazmente vai ceifando os sonhos e a vida das crianças e adolescentes, juventudes e mulheres de nossas comunidades”, disse a Irmã.

Disse ainda que a importância deste tema no Congresso missionário está no fato de a dimensão missionária ser essencialmente o anúncio da vida pela Palavra, pela prática de solidariedade e do cuidado e defesa com essa vida. O tráfico de pessoas fere a dignidade das pessoas e consequentemente fere o próprio Deus. Não é possível conceber uma ação missionária que não tenha um olhar e coração sensível a essa realidade e que não a tome como sua como fez Jesus na sua época olhando para os rostos e para as situações de pobreza do seu tempo.

Irmã Eurides fez um apelo à Vida Consagrada. “Que a Vida Religiosa leve esta reflexão para as suas instituições e revisite a fonte de seu carisma, que com certeza encontrará nele o clamor das vítimas do tráfico de pessoas que tem os seus direitos violados” Pediu também que assumam o trabalho em rede de forma articulada nos núcleos Regionais.

Fonte: CNBB

Jovens devem ser atraídos pelo amor dentro da Igreja

 

Em meio a tantas coisas na televisão, na internet, na música, como fazer ressoar a voz de Cristo de maneira que ela sobressaia a todo esse turbilhão de informações? Para o jovem missionário Pedro Junior, da Diocese de Porto Nacional, esse é o maior desafio quando se fala de evangelização dos jovens. As respostas para isso ele busca no 3º Congresso Missionário Nacional, que acontece em Palmas (TO).

“O maior desafio é conseguir, nesse mundo onde há muitas coisas que os atraem, trazê-los para dentro da Igreja fazendo com que eles não sintam falta daquilo que está no mundo, inserindo-os na vida da Igreja”, destaca.

E este é um trabalho importante tendo em vista que os jovens de hoje serão os responsáveis pela Igreja de amanhã. Mas o segredo para formar jovens realmente apaixonados por Cristo e por sua Igreja começa por uma atitude simples, segundo o vice-presidente da Sociedade de Catequese Latino-americana, irmão Israel José Nery. Para ele, o segredo está no amor entre os irmãos.

“O testemunho deve acontecer primeiro na convivência, na maneira como se trata as pessoas. Como Jesus mesmo disse, ‘nisso saberão que sois meus discípulos, se amarem uns aos outros como eu os amei’”, ressalta irmão Nery.

Referência na família

A convivência é o que mais atrai os jovens na Igreja

 

As crianças e os jovens precisam de referências adultas para a formação de sua personalidade e as primeiras referências estão na família. Assim, para irmão Nery, o trabalho de evangelização das crianças e dos jovens deve estar unido à Pastoral Familiar, pois é preocupante que as famílias tenham perdido a referência cristã e o número de crianças batizadas tenha diminuído.

Foi justamente na família que o jovem seminarista Elias Fochesatto, da Diocese de Erexim (RS), teve o maior apoio e incentivo para descobrir e seguir sua vocação.

“Minha família sempre participou das atividades da paróquia e neste meio vivi e tive o apoio para descobrir minha vocação. Ser seminarista, ser padre, ser missionário hoje é estar na contramão do mundo. Todo apoio, mesmo um abraço, um aperto de mão é muito importante”, ressalta o jovem seminarista.

Buscando novos caminhos

Mas, mais que fazer a manutenção daqueles que já pertencem e participam da Igreja, é preciso se lançar em busca daqueles que estão afastados, buscando novos caminhos e frestas para conquistá-los.

“A metodologia usada deve ser aquela das frestas. Se os jovens estão usando a internet, vamos lá construir blogs, abrir comunidades, páginas nas redes sociais, etc”, salienta irmão Nery.

Muitas iniciativas e atividades com êxito estão sendo realizadas por diferentes realidades da Igreja, o que falta agora, segundo irmão Nery, é unir todas essas para dar testemunho da unidade.

“Na Igreja, existem muitos tijolinhos – Tvs, escolas, faculdades, iniciativas diversas – é preciso uma argamassa para unificar tudo isso. Precisamos buscar a unidade entre os cristãos, mas antes é preciso buscar a união dentro da Igreja”, ressalva o missionário.

 Fonte: Canção Nova



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