Setembro, mês da Bíblia

Publicado em 03/09/2011 | Categoria: Destaques Editorial |


Nós os cristãos vivemos três páscoas:

Na primeira celebramos a passagem da escravidão para a liberdade. Nossos irmãos mais velhos, os judeus, ainda a comemoram anualmente;

A segunda é a Páscoa daquele a quem seguimos. A Páscoa da Ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo. O crucificado é o ressuscitado que vence a morte. A sua passagem do escuro do túmulo para a luz da vida é celebrada por todos nós anualmente. Trata-se da nossa maior festa. Aquela que dá sentido pleno à fé que carregamos e nos dá a certeza da nossa ressurreição;

A terceira páscoa é a ida definitiva de cada um de nós para o colo de amor do Pai. Será vivida solitariamente naquele dia em que para Ele alegres seguiremos.

No mês da Bíblia, que agora iniciamos, estudaremos, meditaremos e rezaremos sobre o livro Bíblico que nos relata a primeira Páscoa do povo hebreu, o Êxodo. É uma história bonita que todos nós, independente de termos acesso à leitura diária da Bíblia, conhecemos a partir da Mesa da Palavra na missa. Ela faz parte das maiores solenidades da nossa Liturgia.


Atualizando o Êxodo


O convite é para que não fiquemos no relato superficial que nos é apresentado pelo contexto histórico, mas que mergulhemos fundo nesse mar para buscarmos o que Deus quer nos dizer através desses relatos.    Mergulhar na leitura é ir além da primeira compreensão do texto. Esta poderá ser indutora de imagens e interpretações bastante literais.

Dou-lhes esse exemplo que tiro do relato das pragas do Egito: nele não devemos nos manter presos ao contexto histórico da narrativa. Há que se pensar nos nossos rios que também agora sangram pelo desmazelo, poluição e desmatamentos. Os gafanhotos atuais quem sabe não sejam os aedes aegyptis mosquitinhos (reparem no nome) que parecem ter vindo do mesmo lugar de onde Moisés tirou os seus irmãos cativos. Na morte dos primogênitos, quem sabe não sejamos convidados a lembrar dos tantos jovens que morrem pela violência das armas, das drogas, da pobreza, da falta de emprego e dignidade e do descuidado da sociedade…  Há muito mais.


Como dizia o Frei Carlos Mesters, um dos maiores conhecedores da Bíblia, ela é como coco duro, que é difícil de ser aberto, mas que quando conseguimos alcançar o seu interior, uma água deliciosa irá nos saciar a sede.  Também nós temos mares a serem vencidos.

Há na vida de cada cristão desertos a serem atravessados na busca da “terra prometida” para a qual Deus chama cada um de nós. A leitura bíblica do Êxodo poderá nos propor várias abordagens para adentrarmos no seu interior viajando muito além da sua simples leitura.

Proponho aqui três leituras, são  as mais singelas e por isto mais evidentes:

– De que e onde me sinto prisioneiro e devo me libertar?

– Que significa dentro da minha realidade transpor o meu Mar Vermelho?

– Que sentido tem para mim a travessia do deserto?


Convite


A partir de hoje e até o final do mês, serão postadas no nosso site pílulas bíblicas, para que possamos compreender mais o que é a Palavra de Deus.

Não deixe de nos visitar para seguir saboreando esse maior conhecimento do que é a Bíblia.

Um bom mês da Bíblia para todos,

Fernando Cyrino



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