Santidade é destino a ser buscado por todo filho de Deus

Publicado em 01/11/2018 | Categoria: Mesa da Palavra Notícias |


 

todos os santos

 

Liturgia da Missa – Reflexões para a Mesa da Palavra 

Solenidade de Todos os Santos 

 

Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vós. Mt 5, 1-12ª

Era uma vez um rei todo bom. Seu castelo, posto no topo da montanha mais alta do reino, podia ser visto em todo o reino. Considerava a todos como filhos, lhes dedicando amor e proteção. Eram plenamente livres, mas o rei tinha receios de que tal fato os fizesse ausentes, os colocasse distantes da sua presença e carinho. Esforçava-se para encontrar um modo de demonstrar que se mantinha constantemente junto deles. Teve então a ideia de lançar linhas invisíveis e bastante tênues, para ligar cada um dos súditos a ele. O que não levou em conta, foi que a vida lá embaixo da montanha era bem agitada e as pessoas, preocupadas com a correria da vida, terminavam por se esquecer da bondade do rei. Isto as levava a se afastar, cada dia mais, dele e toda vez que se distanciavam do monarca, a cordinha invisível e finíssima esticava-se demais, rompendo-se. Mas não nos esqueçamos: o rei era todo bom. Ao constatar tal fato se entristecia, mas mantinha forte a esperança de que aquele filho se arrependesse e viesse buscar seu perdão, que jamais era negado. Feliz, ao ver o filho de novo próximo e arrependido pelo afastamento, o rei corria a amarrar a linha novamente. Só que aí começou a acontecer algo bem interessante. A cada novo nó na linha, ela se tornava menor. Trazia aquela pessoa que partira para longe, ainda para mais perto do rei. Passado algum tempo havia tantos laços que ninguém mais estava distante. A tal linha invisível tornara-se supérflua. Ao perceberem essa nova realidade os filhos caíram em conta de que não havia mais motivos para se distanciarem e estar perto do rei as fazia puras e felizes. Num outro modo de ver aquela realidade, poderia se dizer que haviam se tornado santas. 

A festa de todos os santos convida-nos à lembrança daqueles nossos irmãos na fé, que já se encontram vivendo as maravilhas da eternidade de Amor, na presença da Trindade Santa. Ao aceitar tal apelo, quase que automaticamente, vem-nos à memória os santos que se encontram nos altares e dos quais somos devotos.

Celebrar a santidade só assim desta maneira é bem pouco. É preciso ter atenção, pois que esta festa quer nos levar a algo ainda muito maior e mais profundo. É preciso ir além. Deixar-se conduzir pelo tema, para poder contemplar duas faces muito bonitas do Pai.

A primeira é o rosto da santidade de Deus. Só Ele é o verdadeiramente santo. Não é por acaso que em todas as missas proclamamos que “santo, santo, santo, santo é o Senhor”. Esta festa então, mais do que celebrar a limitada santidade humana, quer enfatizar a santidade infinita de Deus.

É o Pai, por pura graça, que nos faz seus santos, trata-se de presente dEle. Não fora o Senhor ser santo, não haveria sentido esta celebração tão bonita. Tornar-se santo, jamais pode ser considerado mérito humano, é dom do Pai. Somos criados para a santidade porque somos filhos do verdadeiro Santo.

Como reza o ditado popular que “filho de peixe é peixe”, é possível por analogia depreendermos que filho de Santo é no mínimo “divinizável”, ou seja, um ser passível de se tornar também santo.

Obvio que isto não tira o caráter de heroísmo dos santos venerados nos altares e de tantos e tantos outros, a imensa maioria, anônimos e mesmo esquecidos. Ao acolher a graça eles a trataram como tesouro tão grande e precioso, que nada no mundo foi capaz de afastá-los por muito tempo da presença amorosa de Deus.

Ao registrar as vidas dos santos, não é raro que os biógrafos tendam a deixar bem mais evidentes, suas faces da pureza e mesmo os milagres, em detrimento daqueles atos menos louváveis. O fato de quase sempre não terem sido registradas suas faltas,, não significa, de forma alguma, que não cometeram pecados. Santidade e perfeição são conceitos bem distintos.

O grande diferencial é que eles jamais se conformaram com a ausência de Deus em suas vidas. Ao constatar que se afastavam da graça, logo corriam a pedir perdão. Ao fazer isto iam se colocando, cada dia mais perto daquele que é todo Santo. A cada retorno tornavam-se ainda mais íntimos, mais perto dEle.

Ao celebrar os santos no céu, estamos também nos dando conta desta busca, como “filhos de peixe”, da santidade. O ser cristão pode ser resumido na busca da santificação. Por isto o Evangelho deste domingo, quer nos dar ferramentas para essa procura. Oferece-nos assim as bem-aventuranças. Elas são como que o nosso “manual de instruções”.

Importante ressaltar que elas não se configuram em categorias, ou graus hierárquicos das aptidões e merecimentos, para o alcance da glória de Deus. Menos ainda devem ser vistas como “lista de prêmios” a serem distribuídos, àqueles que se comportarem segundo estes critérios. Elas devem ser olhadas – e vividas – muito além deste horizonte.

É preciso que as sintamos como a maneira de Deus conduzir sua gente. O jeito pelo qual poderemos dele nos aproximar e, sobretudo a meta para a qual deverá ser guiada a nossa existência.

Outro tipo de visão equivocada da bem aventurança, é aquela de se imaginar o bem-aventurado como alguma pessoa de sorte. Um filho especial e dono de alguns privilégios. Alguém blindado por Deus, protegido de toda mazela e sofrimento.

Nada disto. O bem-aventurado é todo aquele que caminha com o Senhor, tomando assim parte no seu Reino. É o santo. Aquela pessoa que, a partir do “manual” distribuído no alto da montanha, passa, mesmo com seus retrocessos, a pautar a existência pelos critérios de Jesus.

 

 

 

Pistas para reflexão durante a semana:

 

– Sinto-me bem-aventurado?

– Busco a santidade?

– Como lidar com um “manual de instrução que vai na contramão do que prega o mundo?

 
 
Fernando Cyrino


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