Papa Francisco derruba veto à beatificação de Óscar Romero

Publicado em 22/08/2014 | Categoria: Notícias |


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Com medo de que Óscar Romero tivesse ideias marxistas, a Igreja Católica bloqueou o processo de beatificação do bispo salvadorenho. Mas o Papa Francisco derrubou o veto nesta segunda-feira, do arcebispo salvadorenho que nasceu em 1917 e morreu em 1980. O temor bloqueou o processo durante anos.

A crença de que fosse marxista veio apoiada em sua trajetória de críticas abertas ao regime militar durante a sangrenta guerra civil de El Salvador. O arcebispo foi assassinado enquanto celebrava uma missa, em 1980, aos 62 anos de idade.

A beatificação, na Igreja Católica, é o passo que antecede a santificação. Ela é feita em cerimônia na qual o papa declara digna de veneração alguma pessoa falecida.

O papa Francisco afirmou que espera uma mudança no processo de beatificação. “Para mim, Romero é um homem de Deus”, afirmou ele a jornalistas durante viagem de avião de volta a Roma, vindo da Coreia do Sul. “Não há nenhum problema doutrinal e isso (a beatificação) deve ser feito rapidamente”, concluiu.

Romero, enquanto arcebispo em San Salvador, denunciou a formação de esquadrões de morte ligados à direita no país e a opressão contra os pobres. Nos discursos, ele costumava pedir o fim de toda “violência política”.

Durante a guerra civil em El Salvador, algo em torno de 75 mil pessoas perderam a vida. O embate começou em 1980 e terminou em 1992, após acordo de paz mediado pelas Nações Unidas.

Óscar Romero foi assassinado no dia 24 de março de 1980, após uma missa celebrada por ele em San Salvador, capital do país. Até hoje ninguém foi responsabilizado pelo crime.

Em 2010, Mauricio Funes, então presidente de El Salvador e primeiro líder da esquerda a ser eleito desde o fim da guerra civil, fez um pedido de desculpas oficial pela morte do arcebispo. “Estou buscando um perdão em nome do Estado”, disse Funes, ao inaugurar um painel em homenagem a Romero no aeroporto internacional do país.

“O arcebispo”, disse ele, foi uma vítima do que chamou de esquadrões de morte de direito “que, infelizmente, agiram sob a proteção, colaboração ou participação de agentes estatais”.

 

Com informações da BBC Brasil e por sugestão de CyroVelho

 

Fonte: Jornal GGN



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