“O Senhor me chama a subir ao monte”

Publicado em 24/02/2013 | Categoria: Destaques Editorial Notícias |


A última oração do Ângelus de Bento XVI

 

Na manhã de hoje, 24,  ao meio-dia ( horário de Roma),  o Papa Bento XVI rezou  com milhares de fiéis, a última oração do  Angelus, antes de deixar o seu pontificado, que será na próxima quinta-feira, dia 28.

Peregrinos de várias partes do mundo se reuniam na Praça de São Pedro, no Vaticano, para rezarem a oração do Angelus e receber a benção do Papa Bento XVI .  O Papa foi muito aplaudido pelos fiéis que lotaram a Praça São Pedro.

Meditando o  evangelho (Lc 9,28b-36 ) de hoje, o segundo domingo da quaresma, com muita emoção em sua voz,  o Papa falou que também ele deve subir ao monte para orar :

 

 

“O senhor me chama para subir o monte para me dedicar a oração. Mas isso não significa que vou abandonar a Igreja.Vou continuar servindo a Igreja, com o mesmo amor, mas de modo mais adequado às minhas forças e à minha idade.”

 

 

 

 

 

 

 

Saldação em lingua portuguesa



Depois da oração do Angelus, Bento XVI falou aos peregrinos em várias línguas. Os peregrinos brasileiros ficaram felizes quando o Papa saldou os fiéis de língua portuguesa(veja o vídeo)

“Obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade aos que estão me acompanhando nesses dias”.

 

 

 

 

Papa abençoa os peregrinos na Praça São Pedro

Os sinos da Praça de São Pedro tocaram no momento que Bento XVI  saiu da janela , enquanto era apaludido pelos fiéis que lotaram a Praça São Pedro.

Texto: A Pascom acompanhou a transmissão ao vivo pela TV.

Fotos: reprodução da TV Globo.


 

Leia a íntegra do Ângelus

 

Queridos irmãos e irmãs!

 No segundo domingo da Quaresma, a liturgia sempre nos apresenta o Evangelho da Transfiguração do Senhor. O evangelista Lucas coloca especial atenção no fato de que Jesus foi transfigurado enquanto orava: a sua é uma profunda experiência de relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus vive em um alto monte na companhia de Pedro, Tiago e João , os três discípulos sempre presentes nos momentos da manifestação divina do Mestre (Lc 5,10; 8,51; 9,28). O Senhor, que pouco antes havia predito a sua morte e ressurreição (9,22), oferece a seus discípulos uma antecipação da sua glória. E também na Transfiguração, como no batismo, ouvimos a voz do Pai Celestial: “Este é o meu filho, o eleito; ouvi-o” (9, 35). A presença de Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas da Antiga Aliança, é muito significativa: toda a história da Aliança está focada Nele, o Cristo, que faz um novo “êxodo” (9,31) , não para a terra prometida, como no tempo de Moisés, mas para o céu. A intervenção de Pedro: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui” (9,33) representa a tentativa impossível de parar esta experiência mística. Santo Agostinho diz: “[Pedro] … no monte… tinha Cristo como alimento da alma. Por que deveria descer para voltar aos trabalhos e dores, enquanto lá encima estava cheio de sentimentos de santo amor por Deus e que inspiravam-lhe uma santa conduta? “(Sermão 78,3).

Meditando sobre esta passagem do Evangelho, podemos tirar um ensinamento muito importante. Primiro, o primado da oração, sem a qual todo o trabalho do apostolado e da caridade é reduzido ao ativismo. Na Quaresma aprendemos a dar o justo tempo à oração, pessoal e comunitária, que dá fôlego à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e das suas contradições, como Pedro quis fazer no Tabor, mas a oração traz de volta para o caminho, para a ação. “A existência cristã – escrevi na Mensagem para esta Quaresma – consiste num contínuo subir o monte do encontro com Deus, para depois descer trazendo o amor e a força que provém dele, a fim de servir os nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor de Deus “(n. 3).

Queridos irmãos e irmãs, sinto essa Palavra de Deus especialmente dirigida a mim, neste momento da minha vida. O Senhor me chama para “subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, pelo contrário, se Deus me pede isso é para que eu a possa continuar servindo com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual fiz até hoje, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças. Invoquemos a intercessão da Virgem Maria: que ela sempre nos ajude a seguir o Senhor Jesus, na oração e nas obras de caridade.

 [Depois da oração do Angelus o Santo Padre dirigiu estas palavras aos peregrinos de língua portuguesa:]

 Queridos peregrinos de língua portuguesa que viestes rezar comigo o Angelus: obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade, em particular pelas orações com que me estais acompanhando nestes dias. Que o bom Deus vos cumule de todas as bênçãos.

  Fonte: Zenit




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