Domingo de Pentecostes: “Recebei o Espírito Santo”

Publicado em 10/05/2018 | Categoria: Mesa da Palavra |


O que é o Espírito de Deus? A pergunta foi feita por um homem inquieto a um místico. O sábio fez inúmeras tentativas para lhe explicar, mas ela era incapaz de captar o que seria o Espírito de Deus. Foi então que o mestre teve a ideia de convidá-lo a uma experiência. Levou-o ao interior de uma câmara frigorífica. Deu-lhe a chave da porta, mas insistiu para que permanecesse o tempo que aguentasse. O frio imenso, o ar que começava a faltar e a escuridão deixando-o perdido e angustiado, fizeram-no ver que se ficasse por mais alguns minutos, não teria nem forças para se levantar. Estaria logo morto. De um salto, se sentindo sufocado e com as extremidades do corpo congeladas, ele abriu a porta. Do lado de fora o sacerdote lhe sorria dizendo: “agora você já sabe, pelo menos, o que significa a ausência do Espírito”. E foi dessa forma que aquele homem percebeu o sentido e a importância para a vida humana do Espírito de Deus.

A ausência do Espírito é muito mais forte do que a experiência do homem no frigorífico. A inexistência dele significa muito mais do que a morte. É como se nunca se tivesse existido. É a ausência total e definitiva da vida no Universo. Acostumados que estamos com a presença do Espírito de Deus entre nós, não nos damos conta da sua dimensão na história. Por isto a importância de se refletir sobre Ele a partir do absurdo da sua inexistência em nós. Seria o vazio absoluto, o buraco negro talvez seja uma boa metáfora para se imaginar a sua falta. A loucura de se imaginar algo assim é porque Deus é bom e Ele, na sua bondade infinita, nunca nos privaria do seu Espírito.

Pentecostes é essa efusão do Espírito de Deus depois da ascensão do Senhor. Não que antes o Espírito não estivesse presente. Ele sempre esteve no mundo. O livro do Gênesis no seu início (Gn 1,2) já proclama isto ao nos dizer que o “Espírito de Deus paira sobre as águas”. Deus é sempre presença a infundir vida. A aliança de Deus conosco é confirmada nos nossos irmãos mais velhos, os judeus, mas não quer dizer que inexistisse antes. A humanidade é filha e assim está ligada desde o seu princípio ao seu pai. Não um pai qualquer, mas unida, independente de que perceba ou não, a este Deus que é todo Amor e só sabe estar em relação, em união com todos.

Quem faz verdadeira experiência de Deus costuma sentir, em alguns momentos da vida esses momentos fortes de Pentecostes, de efusão no seu coração do Espírito Santo. Essa manifestação enche de alegria, paz, confiança, coragem… É como se Deus, como dizia o amigo e compadre Eduardo Machado, nos mostrasse um pedacinho daquilo que reserva para seus filhos na Eternidade. Por isto a necessidade de uma parada de tempos em tempos, para uma “experiência de Cenáculo”, criando condições favoráveis para escutar e sentir o Espírito.

Não houvesse Espírito, o Cenáculo seria semelhante à câmara frigorífica da historinha de hoje. Seria gelado, escuro e não comportaria a vida. Os apóstolos e discípulos teriam morrido enregelados lá mesmo e nós não estaríamos hoje, dois mil anos depois, no seguimento daquele que sempre envia o Espírito. Se Deus é mistério a Terceira pessoa da Santíssima Trindade é mais mistério ainda. Principalmente na Igreja do Ocidente perdemos bastante da dimensão Espiritual da Trindade. Ficamos mais presos à figura Paterna e a Jesus e por isto o Espírito Santo foi ficando mais como um Deus distante e até desconhecido entre nós.

Hoje há uma redescoberta dele, mas há que se tomarem cuidados nela evitando-se enxergá-lo apenas como manancial de prodígios. O Espírito é o gerador e mantenedor da vida e da relação entre as pessoas. É o elo que nos reúne a todos na Trindade. Muito mais do que eventos maravilhosos que se buscam nele, é preciso resgatar esse milagre imenso da que carregamos. A vida e o Amor é o real e maior prodígio do Espírito Santo. Todos têm o Espírito, mas é preciso que se cuide bem dele, dando espaço e condições necessárias para que nos transforme, fazendo-nos mais humanos. Importante ter atenção nisso, porque Ele só agirá se for dada a liberdade para tal. Viver no Espírito nada mais é do que caminhar como filho de Deus. Viver assim é ser discípulo missionário, dando consciência aos que estão próximos de que neles, também, vive e age o Espírito do Senhor.

Por: Fernando Cyrino



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