Compromisso da Semana

Publicado em 02/04/2012 | Categoria: Notícias |



Com esta celebração de Ramos, iniciamos a Semana Santa, a grande semana dos Cristão, que nos insere no centro do mistério da nossa fé: a paixão, morte e ressuirreição de Jesus .



Liturgia da Palavra



Segunda, 2 de abril de 2012

João 12,1-11

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

12 1 Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara.

2 Deram ali uma ceia em sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas.

3 Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo.

4 Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse:

5 “Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?”

6 Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam.

7 Jesus disse: “Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura.

8 Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis”.

9 Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara.

10 Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro,

11 porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.

Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho

João narra em seu Evangelho duas ceias na última semana do ministério de Jesus: uma, seis dias antes da Páscoa dos judeus, em Betânia, e outra na véspera desta Páscoa, em Jerusalém, quando Jesus lava os pés dos discípulos. A ceia em Betânia, na casa de Lázaro, ressuscitado, de Marta e Maria, dá continuidade à ceia seguinte. É uma ceia de ação de graças a Jesus pelo dom da vida. A casa é o lugar da comunidade do ressuscitado; é a casa do Pai (14,2). Em lugar do cheiro da morte, a casa inteira enche-se do aroma de perfume. O perfume de Maria é o símbolo da vida e do amor da comunidade. É um amor que não tem preço e estará sempre voltado para os pobres. As comunidades de Jesus estabelecem-se no espaço do humano, e não no espaço oficial do sagrado.



Terça, 3 de abril de 2012

João 13,21-33.36-38

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

Salve, ó rei, obediente ao Pai, vós fostes levado para ser crucificado como um manso cordeiro é conduzido à matança.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

13 21 Dito isso, Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: “Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!”

22 Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem falava.

23 Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus.

24 Simão Pedro acenou-lhe para dizer-lhe: “Dize-nos, de quem é que ele fala”.

25 Reclinando-se este mesmo discípulo sobre o peito de Jesus, interrogou-o: “Senhor, quem é?”

26 Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pão embebido”. Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.

27 Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe, então: “O que queres fazer, faze-o depressa”.

28 Mas ninguém dos que estavam à mesa soube por que motivo lho dissera.

29 Pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe falava: “Compra aquilo de que temos necessidade para a festa”. Ou: “Dá alguma coisa aos pobres”.

30 Tendo Judas recebido o bocado de pão, apressou-se em sair. E era noite.

31 Logo que Judas saiu, Jesus disse: “Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele.

32 Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará em breve.

33 Filhinhos meus, por um pouco apenas ainda estou convosco. Vós me haveis de procurar, mas como disse aos judeus, também vos digo agora a vós: para onde eu vou, vós não podeis ir.

34 Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.

35 Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

36 Perguntou-lhe Simão Pedro: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde vou, não podes seguir-me agora, mas seguir-me-ás mais tarde”.

37 Pedro tornou a perguntar: “Senhor, por que te não posso seguir agora? Darei a minha vida por ti!”

38 Respondeu-lhe Jesus: “Darás a tua vida por mim! Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo até que me negues três vezes”.

Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho

Judas aparece em destaque associado à Paixão de Jesus. No Primeiro Testamento, com a elaboração final feita pelo judaísmo pós-exílico, há uma convergência da eleição para a Judá davídica. Ao contrário, pode-se entender que no nome do traidor, Judas (equivalente a Judá), encontra-se uma alusão à traição do reino de Judá – com a centralização religiosa, política e militar em Jerusalém, feita por Davi – aos ideais do primitivo tribalismo de Israel. Judas é uma peça na articulação dos chefes religiosos do templo e das sinagogas ao planejarem a morte de Jesus. Configurado o ato de traição de Judas, Jesus anuncia a glorificação do Filho do Homem. É a manifestação plena do amor de Jesus, até o fim, sem limites. A glória de Jesus é a obra de sua vida em plenitude, pela qual nos tornamos eternos.


Quarta, 4 de abril de 2012

Mateus 26,14-25

Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!

Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

26 14 Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes:

15 “Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei”. Ajustaram com ele trinta moedas de prata.

16 E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus.

17 No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: “Onde queres que preparemos a ceia pascal?”

18 Respondeu-lhes Jesus: “Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: ´O Mestre manda dizer-te: Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a Páscoa com meus discípulos´”.

19 Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa.

20 Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos.

21 Durante a ceia, disse: “Em verdade vos digo: um de vós me há de trair”.

22 Com profunda aflição, cada um começou a perguntar: “Sou eu, Senhor?”

23 Respondeu ele: “Aquele que pôs comigo a mão no prato, esse me trairá.

24 O Filho do Homem vai, como dele está escrito. Mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Seria melhor para esse homem que jamais tivesse nascido!”

25 Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: “Mestre, serei eu?” “Sim”, disse Jesus.

Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho

Hoje a liturgia nos apresenta a traição de Judas na versão de Mateus. O tom dramático e doloroso das narrativas dos últimos dias de Jesus, em Jerusalém, marca as celebrações da Semana Santa. A tradição da Paixão, elaborada na ótica da religião sacrifical do Primeiro Testamento, apresenta o sofrimento como caminho necessário para a salvação. Contudo, atentos à prática de Jesus, vemos que sua vida foi a plena manifestação do amor que liberta, removendo o sofrimento e promovendo a vida. Em conseqüência, foi perseguido até a morte. Tanto o sofrimento das multidões de excluídos como o de Jesus resultam do sistema opressor sob controle de minorias, que cooptam pessoas como Judas.


Quinta,5 de abril de 2012 – Ceia do Senhor

João 13,1-15

Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.

Eu vos dou este novo mandamento, nova ordem agora vos dou, que, também, vos ameis uns aos outros, como eu vos amei, diz o Senhor (Jo 13,34).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

13 1 Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.

2 Durante a ceia, – quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo -,

3 sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava,

4 levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela.

5 Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido.

6 Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: “Senhor, queres lavar-me os pés!”

7 Respondeu-lhe Jesus: “O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve”.

8 Disse-lhe Pedro: “Jamais me lavarás os pés!” Respondeu-lhe Jesus: “Se eu não tos lavar, não terás parte comigo”.

9 Exclamou então Simão Pedro: “Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça”.

10 Disse-lhe Jesus: “Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!”

11 Pois sabia quem o havia de trair; por isso, disse: “Nem todos estais puros”.

12 Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: “Sabeis o que vos fiz?

13 Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou.

14 Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros.

15 Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós”.

Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho

Jesus celebra sua ceia um dia antes da Páscoa dos judeus. A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão, como fora as bodas de Caná, no início de seu ministério. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fi m”, agora ceando com eles. Saindo de Deus e voltando para Deus, Jesus cumpre a sua missão de a todos acolher na vida eterna divina. Cinco dias antes, em outra ceia, Maria ungiu com perfume os pés de Jesus. Agora é Jesus quem lava os pés dos discípulos. A partilha do pão e o serviço são a humilde expressão do amor. É o amor que liberta, gera e faz fl orescer a vida.


Sexta, 6 de abril de 2012 – Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo.

João 18,1-19,42


Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.

Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz; pelo que o Senhor Deus o exaltou e deu-lhe um nome muito acima de outro nome (Fl 2,8s).

Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo João.

N: Naquele tempo, 1 Jesus saiu com os seus discípulos para além da torrente de Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com os seus discípulos. 2 Judas, o traidor, conhecia também aquele lugar, porque Jesus ia freqüentemente para lá com os seus discípulos. 3 Tomou então Judas a coorte e os guardas de serviço dos pontífices e dos fariseus, e chegaram ali com lanternas, tochas e armas. 4 Como Jesus soubesse tudo o que havia de lhe acontecer, adiantou-se e perguntou-lhes:

P: “A quem buscais?”

N: 5 Responderam:

G: ´A Jesus de Nazaré”.

N: Jesus respondeu:

P: “Sou eu”.

N: Também Judas, o traidor, estava com eles. 6 Quando lhes disse Sou eu, recuaram e caíram por terra. 7 Perguntou-lhes ele, pela segunda vez:

P: “A quem buscais?”

N: Disseram:

P: “A Jesus de Nazaré”.

N: 8 Replicou Jesus:

P: “Já vos disse que sou eu. Se é, pois, a mim que buscais, deixai ir estes”.

N: 9 Assim se cumpriu a palavra que disse: “Dos que me deste não perdi nenhum”. 10 Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. 11 Mas Jesus disse a Pedro:

P: “Enfia a tua espada na bainha! Não hei de beber eu o cálice que o Pai me deu?”

N: 12 Então a corte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o ataram. 13 Conduziram-no primeiro a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano. Caifás fora quem dera aos judeus o conselho: “Convém que um só homem morra em lugar do povo”. 15 Simão Pedro seguia Jesus, e mais outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote, porém 16 Pedro ficou de fora, à porta. Mas o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu e falou à porteira, e esta deixou Pedro entrar. 17 A porteira perguntou a Pedro:

L: “Não és acaso também tu dos discípulos desse homem?”

N: Respondeu Pedro:

L: “Não o sou.”

N: 18 Os servos e os guardas acenderam um fogo, porque fazia frio, e se aqueciam. Com eles estava também Pedro, de pé, aquecendo-se. 19 O sumo sacerdote indagou de Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. 20 Jesus respondeu-lhe:

P: “Falei publicamente ao mundo. Ensinei na sinagoga e no templo, onde se reúnem os judeus, e nada falei às ocultas. 21 Por que me perguntas? Pergunta àqueles que ouviram o que lhes disse. Estes sabem o que ensinei”.

N: 22 A estas palavras, um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: “É assim que respondes ao sumo sacerdote?” Replicou-lhe Jesus:

P: 23 “Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates?”

N: 24 Anás enviou-o preso ao sumo sacerdote Caifás. 25 Simão Pedro estava lá se aquecendo. Perguntaram-lhe:

G: “Não és porventura, também tu, dos seus discípulos?”

N: Pedro negou:

L: “Não!”

N: 26 Disse-lhe um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha:

L: “Não te vi eu com ele no horto?”

N: 27 Mas Pedro negou-o outra vez, e imediatamente o galo cantou. 28 Da casa de Caifás conduziram Jesus ao pretório. Era de manhã cedo. Mas os judeus não entraram no pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. 29 Saiu, por isso, Pilatos para ter com eles, e perguntou:

L: “Que acusação trazeis contra este homem?”

N: 30 Responderam-lhe:

G: “Se este não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti”.

N: 31 Disse, então, Pilatos:

L: “Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa lei”.

N: Responderam-lhe os judeus:

G: “Não nos é permitido matar ninguém”.

N: 32 Assim se cumpria a palavra com a qual Jesus indicou de que gênero de morte havia de morrer. Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe:

L: “És tu o rei dos judeus?”

N: 34 Jesus respondeu:

P: “Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?”

N: 35 Disse Pilatos:

L: “Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?”

N: 36 Respondeu Jesus:

P: “O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo”.

N: 37 Perguntou-lhe então Pilatos:

L: “És, portanto, rei?”

N: Respondeu Jesus:

P: “Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz”.

N: 38Disse-lhe Pilatos:

L: “O que é a verdade?”

N: Falando isso, saiu de novo, foi ter com os judeus e disse-lhes:

L: “Não acho nele crime algum. 39 Mas é costume entre vós que pela Páscoa vos solte um preso. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?”

N: 40 Então todos gritaram novamente e disseram:

G: 19 1 “Não! A este não! Mas a Barrabás!”

N: Barrabás era um salteador. Pilatos mandou então flagelar Jesus. 2 Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura. 3Aproximavam-se dele e diziam:

G: “Salve, rei dos judeus!”

N: E davam-lhe bofetadas. 4 Pilatos saiu outra vez e disse-lhes:

L: “Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação”.

N: 5 Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse:

L: “Eis o homem!”

N: 6 Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram:

G: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

N: Falou-lhes Pilatos:

L: “Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma”.

N: Responderam-lhe os judeus:

G: 7 “Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus”.

N: 8 Estas palavras impressionaram Pilatos. 9 Entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus:

L: “De onde és tu?”

N: Mas Jesus não lhe respondeu. 10 Pilatos então lhe disse:

L: “Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te crucificar?”

N: 11 Respondeu Jesus:

P: “Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior”.

N: 12 Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam:

G: “Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador”.

N: 13 Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico Gábata. 14 Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus:

L: “Eis o vosso rei!”

N: 15 Mas eles clamavam:

G: “Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o!”

N: Pilatos perguntou-lhes:

L: “Hei de crucificar o vosso rei?”

N: Os sumos sacerdotes responderam:

G: “Não temos outro rei senão César!”

N: 16 Entregou-o então a eles para que fosse crucificado. Levaram então consigo Jesus. 17 Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. 18 Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19 Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: “Jesus de Nazaré, rei dos judeus”. 20 Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. 21 Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:

G: “Não escrevas: ´Rei dos judeus´, mas sim: ´Este homem disse ser o rei dos judeus´”.

N: 22 Respondeu Pilatos:

L: “O que escrevi, escrevi”.

N: 23 Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. 24 Disseram, pois, uns aos outros:

G: “Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será”.

N: Assim se cumpria a Escritura: “Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica”. Isso fizeram os soldados. 25 Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26 Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe:

P: “Mulher, eis aí teu filho”.

N: 27 Depois disse ao discípulo:

P: “Eis aí tua mãe”.

N: E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa. 28 Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse:

P: “Tenho sede”.

N: 29 Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca. 30 Havendo Jesus tomado do vinagre, disse:

P: “Tudo está consumado”.

N: Inclinou a cabeça e rendeu o espírito.

N: 31 Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. 32 Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. 33 Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, 34 mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. 35 O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. 36 Assim se cumpriu a Escritura: “Nenhum dos seus ossos será quebrado”. 37 E diz em outra parte a Escritura: “Olharão para aquele que transpassaram”. 38 Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. 39 Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. 40 Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. 41 No lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. 42 Foi ali que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo.

Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho

O REI ULTRAJADO

A paixão revelou a dignidade real de Jesus, embora, tenha havido uma radical contradição entre a interpretação de Jesus e a dos seus inimigos e algozes.

Ao ser interrogado por Pilatos, Jesus respondeu: “Eu sou rei”, depois de fazer a autoridade romana concluir, por si mesma: “Tu o dizes!”

A soldadesca insana ultrajou Jesus, servindo-se de mímicas burlescas próprias de uma investidura real: colocaram-lhe uma coroa de espinhos na cabeça, vestiram-no com um manto de púrpura. A seguir, prostraram-se, ironicamente, diante dele, saudando-o como rei dos judeus.

Por ordem de Pilatos, foi preparada uma inscrição, em três línguas, para ser afixada sobre a cabeça de Jesus, indicando a causa da condenação: “Jesus nazareno, rei dos judeus”. Alertado a mudar o teor da inscrição, Pilatos apelou para a sua autoridade: “O que escrevi, está escrito”. O evangelista observa que muitos judeus leram a inscrição, por ter sido Jesus crucificado perto da cidade.

O Mestre, porém, tinha consciência de que seu Reino não era deste mundo, e estava estruturado de maneira diferente. Fundava-se na fraternidade, na justiça, na partilha, no perdão reconciliador. Os reinos deste mundo não serviam de modelo para Jesus fazer os discípulos entenderem o que se passava com o seu Reino. Por conseguinte, nem Pilatos nem os judeus tinham condições de compreender em que sentido Jesus era rei.

Oração

Pai, confirma minha condição de discípulo do Reino instaurado por Jesus na história humana, fazendo-me acreditar sempre mais na força da justiça e do amor.

Sábado, 7 de abril de 2012

Marcos 16,1-7

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

16 1 Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus.

2 E no primeiro dia da semana, foram muito cedo ao sepulcro, mal o sol havia despontado. 3 E diziam entre si: “Quem nos há de remover a pedra da entrada do sepulcro?”

4 Levantando os olhos, elas viram removida a pedra, que era muito grande.

5 Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se.

6 Ele lhes falou: “Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram.

7 Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos disse”.

Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho

São as mulheres, mais espontâneas e desinibidas em demonstrar amor e carinho, as primeiras a testemunhar a ressurreição de Jesus. De início, pensam em embalsamar-lhe o corpo. Mas, enfim, com sensibilidade, percebem que Jesus, que manifestou tanto amor, é divino e eterno. O amor constrói a vida e o sentido da vida é amar. O amor vem de Deus e é eterno, e assim também a vida cheia de amor. Jesus, o nazareno, está vivo. É o mesmo Jesus histórico que, a partir da Galiléia, exerceu seu ministério de testemunhar a presença do Reino de Deus, reino do amor, no mundo. Aos discípulos é anunciado que deverão retomar este ministério, na Galiléia, e o próprio Jesus, agora acima da condição temporal e histórica, estará à frente deles.

O comentário litúrgico é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE

Fonte: Portal Dom Total



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