As crianças não são nosso futuro. As decisões que todos nós tomamos hoje são o futuro!

Publicado em 20/09/2018 | Categoria: Notícias |


 

Ao longo dos anos que venho atuando como educadora na área de sustentabilidade, ouço frases e crenças que constantemente fazem parte do meu dia a dia. “As crianças são nosso futuro” é uma das que eu mais escuto. Quem nunca leu isso em uma propaganda política ou na parede de uma escola?

Entretanto, minha percepção é que algumas delas já tiveram algum efeito no passado, mas estão um pouco obsoletas. Proponho nesse artigo novas visões e versões de algumas das crenças mais conhecidas no meio da educação ambiental e sustentabilidade.

1) As crianças são nosso futuro. Que tal pensarmos assim? As decisões que todos nós tomamos hoje são o futuro.

Independente da idade, ainda devemos ser atuantes nos desafios que enfrentamos, afinal, o que construímos hoje será o futuro. Além disso, as crianças precisam de bons exemplos e pessoas que as inspirem para que acreditem na possibilidade de um futuro, de fato, melhor.

2) A horta morreu. Meu projeto não deu certo.Que tal pensarmos assim? ? A horta morreu e meus alunos aprenderam muito com isso. Agora iremos propor novas estratégias para que as plantas possam sobreviver.

É preciso trocar a visão de que o resultado final é a parte mais importante de um projeto de sustentabilidade. A horta, coleta seletiva ou compostagem devem ser vistas como ferramentas para transformarmos o que mais importa em um espaço educador: as pessoas e seus relacionamentos.

3) Precisamos de pessoas mais conscientes na escola. Que tal pensarmos assim? ? Precisamos de pessoas mais comprometidas na escola.

Mais do que “apenas” conscientes, precisamos de pessoas comprometidas, protagonistas, corresponsáveis e atuantes na criação de soluções aos desafios presentes nas escolas e instituições.

4) Adoro quando meus alunos concordam comigo. Que tal pensarmos assim? ? Gosto muito quando meus alunos são críticos e nem sempre concordam comigo.

Por muito tempo, aceitamos tudo o que nos foi imposto e ensinado. O aluno que precisamos e queremos formar é aquele que questiona o porquê das coisas, não se contenta com aquilo que lhe é colocado e busca maneiras de transformar o status quo e paradigmas obsoletos.

5) Cada um precisa fazer a sua parte. Que tal pensarmos assim? ? Precisamos criar juntos soluções permanentes, sistêmicas e significativas.

Não quero dizer aqui que se cada um fizer sua parte não será algo positivo. Apenas acredito que essa visão é muito individualista, “culpabilizadora” e pode de certa maneira imobilizar ao invés de engajar as pessoas. Vejo que se cada um for sozinho fazer sua parte, não teremos a mudança que precisamos no tempo nem alcance necessário. É preciso mais diálogo, mais conexão, mais construção coletiva.

O trabalho proposto e realizado pela educação ambiental dos últimos tempos teve muitos resultados importantes e significativos, mas ainda não chegamos onde gostaríamos de (e precisamos) estar. É necessário quebrarmos paradigmas até mesmo na maneira como levamos a sustentabilidade às pessoas.

E você, tem alguma crença que acredita que precisa ganhar um novo sentido? Alguma frase presente em seu dia a dia que precisa ser mudada? Compartilhe aqui com a gente.

Livia Ribeiro, Reconectta

Autossustentável

 

Fonte: Amai-vos/Livia Ribeiro



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