A voz do pastor – Outubro
Outubro: muito mês para um mês só!
Irmãos e irmãs, sempre, sempre, muito queridos! Outubro é o mês dos santos, do santo rosário, das missões, o dia nacional da juventude e a abertura do Ano da Fé. Quanta celebração, quanto acontecimento! Para mim, é também um mês muito especial, pois é o mês do aniversário de minha mãe. Rezem por ela, porque a idade e o adoecimento trazem sofrimentos.
Outubro é o mês dos santos: Teresinha, Francisco de Assis, Benedito, Teresa D’Ávila, Edviges, Inácio de Antioquia, Lucas, Judas Tadeu, entre outros, e sem esquecer o querido Anjo da Guarda, a quem eu nunca deixei de rezar, e, é claro, a Senhora Aparecida, nossa mãe e rainha, Padroeira do Brasil.
Outubro é também o mês do rosário. Os papas, desde Pio IX, passando por todos os papas do século XX em diante, têm insistido na oração do rosário como fonte poderosa de graças e, sobretudo, de conversão pessoal.
Mas, outubro é mês de oração, de ação e de missão. Nossa Arquidiocese possuía três frentes missionárias: uma em Barra do Garças, que foi encerrada recentemente, outra em Porto Velho, e um padre trabalha na Comissão Episcopal para a Vida e Família na CNBB. Na frente missionária da Igreja, temos 6 padres, 5 seminaristas e uma missionária leiga. Ou melhor, na verdade, na frente missionária do Evangelho, a Igreja de Niterói, em seus 4.728 km2, tem milhares de missionários trabalhando e rezando, rezando e trabalhando, dia e noite, nas ruas, praças, construções, para que o Reino de Deus aconteça na intimidade das pessoas e no íntimo da sociedade.
É muito que existe por fazer. Muito! Se você ouve seu bispo, se você ouve sua Igreja, venha! E traga você mesmo. Mas traga a si mesmo por inteiro. Depois, você trará sua família, seus conhecidos, sua rua (…). Mas, em primeiro lugar, traga a você mesmo, você, por inteiro. Esse é o compromisso missionário que temos com Jesus: “Chamou os que Ele quis, para que ficassem com Ele, para enviá-los em missão, com autoridade…” (Mc 3,14).
Que venham todos! Que venham e fiquem: para rezar, para colaborar com os dons e os dotes, para testemunhar onde for preciso e possível, na sua própria realidade, onde (quando) a vida colocou você, e onde você deposita sua ânsia de viver. Venham, venham todos. Venha você. É. Você mesmo, que agora lê, e em quem eu penso, enquanto escrevo. Venha você. Não existe outro você, só você. Você é o mais querido de Deus. Para Ele, você é único.
Em outubro, irá acontecer o Dia Nacional da Juventude. O arcebispo de vocês não é jovem, porem velho não é não! Tenho 56 anos, bem vividos, isso é certo e não nego. Mas trago uma juventude no coração, uma vontade de começar tudo de novo para fazer tudo outra vez e muito melhor. Então, imaginem e descubram a alegria com que eu espero o dia, para poder participar, pela primeira vez, desse encontro do Dia Nacional da Juventude em nossa arquidiocese.
E tem mais: a Jornada Mundial da Juventude já bate às portas, em 2013. E vai acontecer do outro lado da ponte, no Rio de Janeiro e, também aqui, em Niterói. A nossa cidade será subsede da Jornada. Aqui, virão jovens de todo país, e dos vários países do mundo. E nós estaremos aqui para recebê-los em casa. “Temo a graça de Deus que passa”: ensinou S. Agostinho. Essa graça não pode passar em branco. Você vai participar OK? Outubro é um mês abençoado!
No dia 11 de outubro de 1962, ao meio-dia, o Papa João XXIII abria o concílio Vaticano II à frente de 2448 bispos do mundo inteiro. Daqueles bispos, 179 ainda estão vivos, 10 são brasileiros. O Beato Papa João Paulo II lá esteve como bispo. O Papa Bento XVI lá estava como padre assessor. Foi o maior acontecimento da Igreja no século XX. Não há dúvida de que, um dia, a História irá reconhecer o Concílio Vaticano II como o maior, senão, dos maiores acontecimentos da Igreja em toda sua história. Portanto, é hora de celebrar, é hora de conferir, é hora de prestar contas a Deus e ao mundo dos rumos novos que a Igreja tomou. Porque ela é viva, ela toma novos rumos, sempre. Porque todo corpo vivo se transforma, o tempo todo.
No dia 11 de outubro, próximo, às 19 horas, quero ver você lá, na nossa catedral, para celebrar a sua fé na abertura do Ano da Fé. Repito: quero ver você lá. E seu lugar não ficará vazio. Queremos estar em comunhão com o Papa, em Roma, com todos os bispos, no mundo inteiro, e com todo o povo cristão. União, comunhão, participação. É a Igreja, corpo vivo e místico de Cristo, sempre renovando e se renovando, como presença viva do Ressuscitado no meio do mundo. Vida, para um mundo que insiste em matar e morrer. Vida!
Meus irmãos, minhas irmãs: outubro é muito mês para um mês só! Com liberdade de expressão e de coração, gostaria de chamar outubro de o mês do entusiasmo cristão. A palavra entusiasmo significa “ter Deus na alma”. O nosso entusiasmo é a forma mais declarada de mostrar Deus ao mundo. Quem ama quer contar que ama. Nenhum apaixonado aguenta ficar calado. Amar é mostrar e demonstrar amor.
Então, venham! Então, venha! Espero você nesse outubro cheio de santos, de graças, de ação e de missão. Espero você nesse outubro entusiasmado.
Rezo e peço para que Nossa Senhora Aparecida nos entusiasme com o mesmo ardor com que ela subiu a serra e saudou Isabel. E assim como o filho de Isabel mexeu-se nela quando ouviu a voz de Maria, o nosso coração também se mexa ao ouvir o chamado de Jesus. E eu os abençoo com todas as bênçãos do Alto. Amém.
+ Dom José Francisco Rezende Dias
Arcebispo Metropolitano de Niterói
