Compromisso da semana

Publicado em 28/03/2012 | Categoria: Notícias |




Estamos nos aproximando a cada dia da grande festa da Páscoa. Com nosso testemunho de vida, vamos apontar o caminho que leva ao encontro de Jesus.


Liturgia da Palavra



Terça, 27 de março de 2012.

Jo 8, 21-30


Jesus disse aos judeus fariseus: “Eu me vou, e procurar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir”. Perguntavam os judeus: “Será que ele se vai matar, pois diz: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’?” Ele lhes disse: “Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis no vosso pecado”. “Quem és tu?”, perguntaram-lhe eles então. Jesus respondeu: “Exatamente o que eu vos declaro.

Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e o que dele ouvi eu o digo ao mundo”. Eles, porém, não compreenderam que ele lhes falava do Pai. Jesus então lhes disse: “Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis quem sou e que nada faço de mim mesmo, mas falo do modo como o Pai me ensinou.

Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, porque faço sempre o que é do seu agrado”. Tendo proferido essas palavras, muitos creram nele.

Comentário do Evangelho

O QUE VEM DO ALTO

Os contínuos desencontros entre Jesus e seus adversários, no parecer do Mestre, tinham sua origem na diferença de perspectiva de cada um. Este considerava tudo na perspectiva “do alto”, de onde viera. Isto lhe possibilitava perceber a realidade com os olhos de Deus: olhar de amor misericordioso, de desejo de salvação e reconciliação, de interesse por todos, sem exceção. E mais: levava-o a agir como agia seu Pai.

Seus inimigos, ao invés, seguiam o caminho inverso, agindo como quem é “cá de baixo”. Conseqüentemente, deixavam-se levar pelas paixões e pelo espírito mesquinho de intolerância, mostrando-se insensíveis em relação aos mais pequeninos, e não suportando quem lhes apontava os pecados. E o que era mais grave: não se davam conta do desígnio divino manifestado em Jesus, insurgindo-se abertamente contra ele.

É impossível entrar em comunhão com Jesus, sem o esforço decidido de colocar-se na mesma perspectiva dele, e considerar o mundo com o olhar de quem vê tudo com os olhos de Deus. Quanto mais puro for este olhar, maior o grau de comunhão com Jesus. Ao contrário, quem se deixa levar pelas paixões, jamais chegará a saber quem é o Mestre, nem tirará proveito de sua missão. Ele veio o Alto. Por conseguinte, é preciso elevar-se para poder descobrir-lhe a verdadeira identidade.

Oração

Espírito do Alto, eleva-me das minhas baixezas, para que eu possa conhecer Jesus, o enviado do Pai.


Quarta,28 de março de 2012

João 8,31-42

E Jesus dizia aos judeus que nele creram: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos livrará”. Replicaram-lhe: “Somos descendentes de Abraão e jamais fomos escravos de alguém. Como dizes tu: ‘Sereis livres’”? Respondeu Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. Ora, o escravo não fica na casa para sempre, mas o filho sim, fica para sempre. Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. Bem sei que sois a raça de Abraão; mas quereis matar-me, porque a minha palavra não penetra em vós. Eu falo o que vi junto de meu Pai; e vós fazeis o que aprendestes de vosso pai”. “Nosso pai”, replicaram eles, “é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas, agora, procurais tirar-me a vida, a mim que vos falei a verdade que ouvi de Deus! Isso Abraão não o fez. Vós fazeis as obras de vosso pai”. Retrucaram-lhe eles: “Nós não somos filhos da fornicação; temos um só pai: Deus”. Jesus replicou: “Se Deus fosse vosso pai, vós me amaríeis, porque eu saí de Deus. É dele que eu provenho, porque não vim de mim mesmo, mas foi ele quem me enviou”.

Comentário do Evangelho

ESCRAVIDÃO E LIBERDADE

Escravidão e liberdade resultam da postura que as pessoas assumem, diante de Jesus e de seu projeto. A liberdade brota da obediência ao Mestre, explicitada em forma de comunhão e solidariedade, de maneira especial, com os mais fracos e pequeninos. Este gesto de amor é possível quando o discípulo se liberta da tirania do egoísmo, e se projeta para além de si mesmo. A escravidão acontece quando, tiranizadas pelo egoísmo, as pessoas não são capazes de superar seus pequenos interesses, abrindo-se para Deus e para o próximo.

Existem religiosidades falsamente libertadoras, que levam as pessoas a se apegarem a elementos secundários, tornando-se incapazes de acolher o projeto de Deus.

Jesus entrou em atrito com gente deste tipo. O orgulho de pertencerem à descendência de Abraão levava certas pessoas a se oporem, abertamente, a Jesus, o enviado do Pai, e à sua proposta de conversão. Pensando ser filhos de Deus, acabavam por se fazer filhos de outro pai. Não pode haver contradição no agir de quem provém de Deus. Se rejeitam o Filho, é porque não estão enraizados no Pai.

A missão de Jesus consistiu em libertar a humanidade, fazendo-a conhecer a verdade. Não podemos nos contentar com uma libertação apenas aparente e enganadora. Só Jesus pode tornar-nos, efetivamente, livres.

Oração

Espírito de libertação, não permitas que eu me deixe enganar pela liberdade aparente, e sim, que eu conheça a verdade que me torna livre.

Quinta,29 de março de 2012

João 8,51-59

Disse Jesus aos judeus: “Em verdade, em verdade vos digo: ‘se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte’”. Disseram-lhe os judeus: “Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte. És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu e os profetas também. Quem pretendes ser?” Respondeu Jesus: “Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria”. Os judeus lhe disseram: “Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!” Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou”. A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo.

Comentário do Evangelho

Concluindo o tenso diálogo com os judeus, Jesus mostra-se acolhedor: quem guardar sua palavra não provará a morte. É a promessa da eternidade. Contudo, não entendem a participação do próprio Abraão ou dos profetas na vida eterna. Voltam a interrogar sobre a identidade de Jesus. Jesus é aquele que, em sua vida e em sua morte, revela a glória do Pai. Ele é superior a Abraão e identifica-se com o Deus revelado no Sinai: “Eu Sou”. E é quem conhece o Pai e cumpre sua palavra: vem trazer a liberdade e a vida aos homens e mulheres. Em vão: os judeus acusam-no de ter um demônio e pegam pedras para matá-lo por apedrejamento.

Oração

Assisti, ó Deus, aqueles que vos suplicam e guardai com solicitude os que esperam em vossa misericórdia, para que, libertos dos nossos pecados, levemos uma vida santa e sejamos herdeiros das vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Sexta, 30 de março de 2012

João 10,31-32

Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para apedrejar Jesus. Disse-lhes Jesus: “Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais?” Os judeus responderam-lhe: “Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus”. Replicou-lhes Jesus: “Não está escrito na vossa lei: ‘Eu disse: Vós sois deuses’? Se a lei chama deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (ora, a Escritura não pode ser desprezada), como acusais de blasfemo aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: Sou o Filho de Deus? Se eu não faço as obras de meu Pai, não me creiais. Mas se as faço, e se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”. Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos. Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu. Muitos foram a ele e diziam: “João não fez milagre algum, mas tudo o que João falou deste homem era verdade”. E muitos acreditaram nele.

Comentário do Evangelho

SOU O FILHO DE DEUS

A intimidade que Jesus mostrava ter com seu Pai constituía o ponto central do atrito com seus adversários. Na história de Israel, pontilhada de pessoas piedosas, jamais alguém havia manifestado estar tão próximo de Deus, como Jesus afirmava estar. Por isso, seus adversários não sabiam como tratá-lo. Preferiram apedrejá-lo, para se verem livres de sua presença incômoda.

E isto, não porque Jesus fosse arrogante e orgulhoso, e se prevalecesse de um poder que as outras pessoas não possuíam. Em verdade, ele não exigia para si um tratamento especial, por sua condição divina, nem tinha ambições políticas de tomar o poder, e submeter o povo a seus caprichos. Pelo contrário, o projeto de Jesus opunha-se a tudo isto.

O Mestre irritava os seus adversários, porque se recusava a aderir a uma das facções religiosas existentes. Pelo contrário, criticava-as e denunciava-lhes as incoerências. E tais denúncias eram feitas com uma autoridade, até então, desconhecida, que Jesus atribuía ao Pai.

Por outro lado, seus adversários pensavam estar agindo perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Conseqüentemente, não podiam aceitar que alguém, invocando a autoridade divina na condição de Filho, pudesse lançar-lhes em face acusações tão severas.

A situação de Jesus era extremamente perigosa diante de seus adversários. Entretanto, não teve medo de enfrentá-los, mesmo sabendo que podia ser eliminado por eles.

Oração

Espírito do Filho, livra-me da dureza de coração, que não me deixa reconhecer a filiação divina de Jesus.


Sábado, 31 de março de 2012

João 11,45-56

Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara. Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: “Que faremos? Esse homem multiplica os milagres. Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação”. Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano, disse-lhes: “Vós não entendeis nada!  Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação”.  E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava que Jesus havia de morrer pela nação,  e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos. E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida.  Em conseqüência disso, Jesus já não andava em público entre os judeus. Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se detinha com seus discípulos. Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo o país subia a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar. Procuravam Jesus e falavam uns com os outros no templo: “Que vos parece? Achais que ele não virá à festa?”

Comentário do Evangelho

A MORTE DE UM POR TODOS

Não deixa de ser estranho o fato de o sentido da morte de Jesus ter sido explicitado exatamente por quem estava tramando eliminá-lo: Caifás. Sem dúvida alguma, o sumo-sacerdote não tinha a intenção de profetizar a respeito de Jesus. O evangelista, no entanto, assim o interpretou.

Tudo culminou com a ressurreição de Lázaro. Os sumos-sacerdotes e os fariseus, reunidos em conselho, decidiram matar Jesus, baseando-se num falso argumento. Eles temiam pela sobrevivência da nação, se os romanos ficassem revoltados com os sinais realizados pelo Mestre. Evidentemente, Jesus representava menos perigo para os romanos do que outros grupos, reconhecidos como refratários aos dominadores estrangeiros.

Caifás propôs que Jesus fosse eliminado, e, assim, fosse poupada toda a nação. Eles cuidariam de eliminar o perigo, antes que se acendesse a ira dos romanos.

Embora o raciocínio do sumo-sacerdote fosse infundado, suas palavras tinham um quê de verdade. De fato, Jesus haveria de morrer em favor de toda a humanidade. Seu sacrifício traria benefício para todos, sem exceção. Por sua morte, ninguém mais estaria fadado à morte eterna. Este seria o sentido último da cruz.

Oração

Espírito de gratidão, que eu seja profundamente grato a Jesus, cuja morte de cruz trouxe-me a salvação.

O comentário é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – SJ



QUEREMOS VER JESUS



Toda pessoa, quando se encontra diante de alguém, ou o aceita (admira e acolhe), ou o recusa (rejeita e detesta), ou lhe fica indiferente (não reage).

Assim aconteceu com Jesus e acontece com cada um de nós. Muitos desejam ver Jesus; outros procuram afastá-lo sempre mais longe da sociedade – há até campanhas para tentar apagar sua imagem; outros são indiferentes para com ele. O grupo dos gregos, no evangelho, mostra uma aspiração que percorre os séculos. Apesar de tudo, a figura de Jesus atrai a atenção dos que creem e até de muitos que afirmam não ter fé.

Jesus é o grão lançado à terra, onde morre para renovar a vida de toda a humanidade. Como é necessário que o grão de trigo morra para poder brotar e produzir mais trigo, assim Jesus morre para que todos os que creem nele possam ter vida em abundância. Quando a pessoa adere a Jesus, aceitando a vida e a morte como norma de sua existência, compreende que o dom de si não é perda, mas fecundidade, ganho. Pondo a vida a serviço, não a diminui, mas a plenifica. Ainda que não percebamos, nossa doação é como a semente lançada no coração do outro, tornando melhor sua vida.

A exemplo dos apóstolos Filipe e André, temos a missão de mostrar Jesus à humanidade. Se Cristo não mais está caminhando visivelmente sobre a terra, será necessário que alguém o mostre. Cabe a nós, que aderimos a ele, essa missão. E a melhor forma de mostrá-lo é por meio do nosso sincero testemunho individual e comunitário. Mesmo em uma sociedade secularizada, são muitos os que querem ver, conhecer e encontrar Jesus. Ele é a resposta aos anseios mais profundos do ser humano.

A sociedade moderna necessita de testemunhos que deem sentido a sua vida desorientada. O mundo está poluído com palavras ruidosas, mas tem sede de ver Jesus. Para saciar essa sede, nada melhor do que o testemunho sincero dos seus seguidores.

Pe. Nilo Luza, ssp



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