Novo pároco da Paróquia São Francisco Xavier

Publicado em 11/02/2014 | Categoria: Notícias |


Novo pároco da Paróquia  São Francisco Xavier, Pe. Geraldo Dias,  tomará posse no dia 23 de fevereiro.

 

Conheça um pouco sobre este Orionita que conduzirá a nossa Paróquia.

padre  geraldo

Cipotânea, onde tudo começou.

Tudo começou em Cipotânea, uma cidade da Zona da Mata mineira, quando Pe. Geraldo nasceu, em 05 de novembro de 1935, filho de José Dias Brum e Guilhermina Grossi. O casal teve outros 10 filhos, dos quais três foram padres: José, Geraldo e Nivaldo. Localizada na Zona da Mata e na microrregião de Viçosa, Cipotânea é conhecida como a terra de padres e de bispos. Pelo menos cinquenta padres e cinco bispos nasceram nesta cidade fundada em 1711, à margem do rio Xopotó. Durante muitos anos, o lugar chamava-se São Caetano do Xopotó e ainda hoje abriga uma população de apenas 6.500 habitantes, segundo dados do IBGE.

1935 – No lugarejo então chamado de São Caetano do Xopotó, nasce, em 05 de novembro, o segundo dos dez filhos de José Dias Brum e Guilhermina Grossi, a dona Guilú. Dias depois, em 15 de novembro, o menino recebe o nome de Geraldo e o batismo na igreja matriz de São Caetano. É a típica família mineira do interior, religiosa, trabalhadora e feliz. José trabalha na usina hidrelétrica local, onde é o encarregado de ligar e desligar a luz todos os dias. Na cidade, é dono de um bar com sinuca e na área rural mantém um moinho de fubá e uma máquina de limpar arroz. O garoto vive aqui até os nove anos de idade e desse tempo guarda recordações inesquecíveis. Com os seminaristas de Mariana que chegavam de férias, Geraldo aprende a ajudar missa em Latim. Pequenino, responde ao sacerdote logo no início da celebração:

Celebrante: Introibo ad altare Dei.

Coroinha: Ad Deum qui laetificat juventutem meam.

O pior é o Confiteor Deo Omnipotenti – longo, difícil, interminável.

Depois da missa, o menino ajuda em casa. Busca lenha no mato para alimentar o fogão da cozinha e como ainda não há água encanada, carrega água da fonte para o consumo familiar. Nas horas vagas, arma arapuca para pegar passarinho, chupa manga no quintal, brinca na ponte de ferro, e toma banho de rio. Nada se compara à experiência de nadar de braçada nas águas verdes do rio Xopotó. Ele recebe três afluentes, um deles o rio Espera. Em época de chuva, o Xopotó cresce, forma enchentes que encanta os olhos da meninada. O menino cursa o terceiro ano primário e aguarda, com ansiedade, pelas festas de Cipotânea: o padroeiro São Caetano, o mês de maio, mês de Maria e de barraquinhas com cartuchos de amêndoas distribuídos aos anjos da coroação – e aos coroinhas, também; o congado na praça, na festa do Rosário.

Alto Rio Doce

1947. Os Dias mudam-se para Alto Rio Doce, a 18 quilômetros de Cipotânea. Vão morar em Ponte do Beto, a quase uma légua da área urbana do município. Por isso, Geraldo vai de cavalo, ou a pé, para a aula no Grupo Escolar, até concluir a quarta série. Encanta-se com as enchentes do rio Doce. O cônego José Pinto é venerado com fama de santidade e a admiração pelo sacerdote desperta em Geraldo a vontade de também servir a Deus.

1949. Em fevereiro, a viagem para o seminário. Em companhia de um cavaleiro amigo da família, segue a cavalo até Mercês, onde há um ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil. Agora, de trem e em companhia de seu padrinho de batismo, que reside em Mercês, continua a viagem até Santos Dumont e, daí, até Miguel Burnier. No Seminário Sagrado Coração de Jesus, dos padres de Dom Orione, estudam cerca de 80 seminaristas. A 40 quilômetros de Ouro Preto, Miguel Burnier, ou São Julião, é um centro de mineração. Pioneira na siderurgia nacional, a Usina Wigg mantém em funcionamento um alto-forno para a produção de ferro gusa. Dona Alice Wigg, que construiu o Santuário do Sagrado Coração de Jesus com fartura em mármore de Carrara, é benfeitora da congregação dos padres de Dom Orione, a Pequena Obra da Divina Providência.

1951. Aos 16 anos de idade, Geraldo recebe a batina. Está no terceiro ano do ginásio.

1952. Passa um ano em Paraíba do Sul, no estado do Rio, onde a congregação religiosa possui uma casa.

1953. Retorna a Miguel Burnier, para conclusão do ginásio.

1954. Faz o Noviciado em Belo Horizonte.

1955. Em 25 de março, ainda em Belo Horizonte, sua primeira profissão religiosa.

Rio – Santuário de Fátima, 1955

O endereço agora é o Santuário de Fátima, na Rua Riachuelo. Os alunos estudam em casa o primeiro ano de filosofia. A falta de professores habilitados é superada pela vontade de aprender. No bonde, lá vão os seminaristas vestindo batina preta. No Rio, o carnaval explode. O calor, também. Um evento importante é o 36º Congresso Eucarístico Internacional, que atrai milhares de católicos à Cidade Maravilhosa. Os pais e os padrinhos de Geraldo Dias também participam do congresso. A televisão engatinha no Brasil. Assistir TV na casa de amigos, no bairro de Fátima, é um bom programa nas tardes de domingo. TV em preto e branco, mas irresistível. O primeiro banho de mar. Naqueles tempos não era permitido tirar a batina para jogar futebol, muito menos ir à praia. Um padre amigo, da histórica igrejinha do Saco de São Francisco, em Niterói, resolve o problema. Leva os seminaristas a uma praia deserta. É a praia de Itaipu, sem ninguém, somente mato. Na “moita”, os rapazes tiram a batina. É a primeira vez na água salgada, peles brancas ao sol de carioca.

Curitiba, 1956

Os alunos são transferidos do Rio para o Paraná para prosseguimento dos estudos de filosofia com os padres capuchinhos. Eles moram e trabalham na Cidade dos Meninos Flora Camargo Munhoz da Rocha, uma instituição que abriga 300 menores em regime de internato. Os seminaristas têm jornada dupla de atividades: estudo de filosofia pela manhã e assistência aos menores na parte da tarde. Foram dois anos de estudo e de tirocínio. No final de semana iam para Quatro Barras passar filmes com projetores 35mm, para a comunidade no salão Paroquial.

Roma 1959/1963

Geraldo Dias e seus colegas – Geraldo Maurício, José Nascimento, Pedro Lopes, Vicente Lourenço Jacob e Aloísio Hilário de Pinho _ são enviados pela congregação para estudar teologia na Itália. A viagem de navio, no percurso Rio/Gênova, demora quase quinze dias. Em Roma, residem na Via Sette Sale. Em setembro, matrícula-se na Universidade de São João de Latrão. Na Pontifícia Universidade Gregoriana, dirigida pelos jesuítas, clima de frenesi religioso e de muito debate teológico: o papa João XXIII convocara o Concílio Vaticano II. Eleito papa em outubro de 1958, em substituição a Pio XII, João XXIII, então com 76 anos de idade, queria promover o “aggiornamento”, ou seja, a atualização da Igreja Católica. 1962. Em 11 de outubro, agora com 80 anos de idade, João XXIII preside a abertura do Concílio Vaticano II, na Basílica de São Pedro. No total, 2.448 bispos do mundo, chamados de padres conciliares, desembarcam no Vaticano atendendo à convocação do Sumo Pontífice. Um desses padres conciliares é Dom José Nicomedes Grossi, mineiro de Cipotânea e bispo da diocese de Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Marinheiro de primeira viagem, Dom Grossi pede a assistência do conterrâneo e Geraldo Dias o acompanha à sessão de abertura do grande Concílio.

Em 19 de março de 1963, dia de São José, Geraldo Dias recebe a ordenação sacerdotal em cerimônia oficiada pelo cardeal Luigi Traglia. Com ele, são ordenados também seus colegas, entre eles Aloísio Hilário de Pinho, mais tarde sagrado bispo de Tocantinópolis, em Tocantins. No dia seguinte, a primeira missa, celebrada na Basílica de Santa Maria Maior, uma das quatro basílicas papais em Roma. Em julho, retorna ao Brasil após quatro anos na Itália. Em 07 de agosto, o padre novo celebra a primeira missa em sua terra natal.

Sua trajetória ao longo destes cinquenta anos foi de dedicação e amor a Igreja de Cristo e a congregação orionita. Foram inúmeras as cidades e os postos de trabalho em que Pe. Geraldo esteve à frente, com sua alegria e sua espontaneidade, sempre disposto a servir e dedicação sua vida a todos.

 

Missa de Posse

 A missa de posse do novo pároco será no dia 23 de fevereiro, as 19h30m. Convidamos a todos os paroquianos para esta solene celebração. As pastorais, movimentos e ministérios são convidados a vir usando as camisetas do grupo.

 

SEJA BEM-VINDO PADRE GERALDO DIAS !!!



8 respostas para “Novo pároco da Paróquia São Francisco Xavier”

  1. Mateus Pereira disse:

    Seja bem-vindo Pe. Geraldo!
    Sua história é inspiradora, saiba que pode contar com o apoio da juventude da paróquia e em tudo o que o senhor precisar em prol do bem da comunidade de São Francisco, estamos aqui para somar e ajudar! 😀

  2. Fernando disse:

    Caro Pe. Geraldo, que bonita a sua história!Após ter vivido a experiência da primavera originada pelo Vaticano II desde Roma, você viverá esta nova primavera eclesial aqui conosco.
    Saiba que você é muito bem-vindo!
    Aqui, desde já, queremos lhe dizer que pode contar conosco!
    Saiba que também contamos muito de você.
    Abraços de boas vindas na certeza de que, sob as Bênçãos de São Orione e São Francisco Xavier, fará um belo apostolado entre nós,
    Fernando.

  3. Lucia Fortes disse:

    Seja bem vindo Pe. Geraldo!!

    A Pascom está feliz por poder com sua ação pastoral divulgar e compartilhar uma história tão bonita como a sua.

    Conte conosco para evangelizar através da comunicação. Que Nossa Senhora da Comunicação e São Francisco Xavier nos abençoe e lhe dê muita saúde e força nesta nova caminhada.

    Seja bem vindo!!!!!

  4. Sandra (Catecumenato) disse:

    Seja muito bem-vindo,Pe. Geraldo!

    Muito bacana sua história, conte com nosso carinho e cooperação no que for preciso.

    Seja feliz em nosso convívio!

    Sandra

  5. JOSUMAR disse:

    UM DOS PADRES QUE ME RECEBEU EM 1975 NO SEMINÁRIO MENOR DE BELO HORIZONTE AGORA SERÁ MEU SUCESSOR EM NITERÓI…CAMINHOS DE DEUS NA VIDA DOS HOMENS…QUE DEUS ABENÇOE SEU TRABALHO PADRE GERALDO E QUE ESTE POVO POSSA ACOLHÊ-LO DE BRAÇOS E CORAÇÃO ABERTOS

  6. Cristina Moldan disse:

    Caro Pe.Geraldo,

    Esperamos poder usufruir de sua larga experiência como pastor. Como catequista, conto com seu apoio e ensinamentos para que possamos conduzir com entusiasmo e sabedoria os encontros evangelizadores que nos são confiados.

    Seja bem-vindo!
    Cristina

  7. Gisela Mureb disse:

    Caro Pe. Geraldo,
    confesso que estávamos com muita tristeza de perder o nosso admirável e querido Pe. “JO”. Mas ao ler a sua história, vimos que estávamos mais uma vez
    sendo presenteados por “DEUS”. SEJA MUITO BEM-VINDO A NOSSA PARÓQUIA E QUE O ESPÍRITO SANTO ILUMINE O SEU CAMINHO PARA SEMPRE!!!!
    Gisela.

  8. Pe. José Maria disse:

    Pe. Geraldo Dias, Parabéns pelos 50 anos de sacerdócio.
    Pe. Geraldo foi meu mestre de noviço. Que bom vê-lo ainda animado e assumindo esta paróquia SÃO FRANCISCO XAVIER, na qual tive também muitos mestres para a vida pastoral.Parabéns Pe. Geraldo, parabéns paroquia São Francisco Xavier. Parabéns pe. Josumar, sucessor de peso e experiência.
    Pe. José Maria, Orionita