Brasil tem uma nova beata

Publicado em 10/11/2010 | Categoria: Arquivo |


Madre Bárbara Maix

Mais de 15 mil fiéis lotaram o Ginásio Gigantinho, no sábado, 6, em Porto Alegre (RS), para a cerimônia de beatificação de Madre Bárbara Maix. A missa foi de apresentações artísticas e de dança que representaram a trajetória de Bárbara Maix, desde sua infância até o momento de sua morte, realizada por crianças e jovens, alunos de escolas católicas, e participantes de projetos sociais ligados a Congregação do Imaculado Coração de Maria, fundada pela agora beata.

No início da missa, o núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, fez a leitura da Carta Apostólica, comunicando a beatificação de Madre Bárbara Maix. A cerimônia foi presidida pelo arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, e não pelo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, dom Angelo Amato, que não pode comparecer por motivo de saúde. Dom Angelo enviou a homilia que foi lida por dom Dadeus. Segundo dom Amato, a Madre Maix, apesar de sua origem vianense, “tornou-se praticamente brasileira com os brasileiros”.

“Sua figura não desapareceu na névoa do esquecimento, porque ela falou a língua evangélica da caridade, uma língua compreendida por todos, grandes e pequenos, cultos e ignorantes. É uma língua universal que atravessa os séculos”, disse dom Amato.

O milagre descrito para a beatificação da Madre foi a cura do menino Onorino Ecker. Queimado por brasas em 1944, ele foi hospitalizado com queimaduras de terceiro grau e ficou em estado de choque. Segundo o relato, após um médico dizer que “somente um milagre” o salvaria, iniciou-se uma novena pela intercessão de Bárbara Maix. A criança se recuperou e deixou o hospital curada em 25 de julho. Atualmente com 69 anos, Onorino esteve presente à cerimônia de beatificação.

Saudação do Papa

O papa Bento XVI, durante o Ângelus deste domingo, 7, em Barcelona (Espanha), recordou a cerimônia de beatificação da Madre no Brasil: “Ontem [sábado], em Porto Alegre, Brasil, foi realizada a cerimônia de beatificação da Serva de Deus Maria Bárbara da Santíssima Trindade, fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Que a fé profunda e a ardente caridade com que ela seguiu Cristo suscitem em muitos o desejo de entregar por completo sua vida à maior glória de Deus e ao serviço generoso dos irmãos, especialmente dos mais pobres e necessitados”, disse o Papa.

Uma vida de amor e fé

A jovem austríaca nasceu em 1818, em Viena. Desde pequena mostrava fé e amor a Deus. Foi expulsa de seu País devido a perseguição religiosa, movida pela revolução liberal de 1848. Acompanhada por 21 moças, Bárbara Maix embarcou rumo ao Brasil e, já no Rio de Janeiro, fundou a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, atuando nas áreas da educação e saúde dos órfãos, crianças e mulheres pobres.

No Rio Grande do Sul, assumiu um asilo em Pelotas e a roda dos excluídos da Santa Casa de Porto Alegre. Madre Bárbara Maix viveu 14 anos na capital gaúcha e retornou ao Rio de Janeiro, onde faleceu no dia 17 de março de 1873, aos 54 anos. Seus restos mortais estão depositados na Capela São Rafael, em Porto Alegre.

O Milagre

No dia 10 de julho do ano de 1944, Onorino Ecker tinha apenas quatro anos e se aquecia ao redor do fogo com seus irmãos em sua casa em Caxias do Sul. Uma panela de água fervendo estava pendura numa corrente sobre o fogo. Um dos irmãos bateu na corrente e a água derramou. O vapor e a cinza vieram por cima de Onorino, que caiu nas brasas. O menino sofreu queimaduras de terceiro grau. Já no hospital, as unhas caíram e ele sofreu convulsões. Nem os médicos acreditavam na recuperação. Então a Irmã Dulcídia Granzotto, enfermeira da Congregação do Imaculado Coração de Maria, pais e amigos iniciaram uma novena, invocando a intercessão de Bárbara Maix. Após 15 dias, Onorino deixou o hospital completamente curado, sem nenhuma cicatriz.

Oração

Deus, Pai de bondade e misericórdia, que escolhestes Bárbara Maix para cumprir sempre e em tudo a Vossa Vontade, especialmente junto aos mais necessitados, concedei-nos, Vós que conheceis nossas esperanças e sofrimentos, a Graça de que tanto precisamos.



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