Uma nova fase

Publicado em 09/01/2017 | Categoria: Notícias |


Antes de narrar a  atividade pública de Jesus, os evangelistas nos falam de uma experiência que vai  transformar radicalmente a vida de Jesus. Depois de ser batizado por João, Jesus se sente o Filho querido de Deus, habitado plenamente pelo Seu Espírito. Animado  por esse Espírito, Jesus se põe em marcha para anunciar a todos com a sua vida e a sua mensagem,  a Boa Notícia de um Deus amigo e salvador do ser humano.

Não é estranho que, ao convidar-nos para viver nos próximos anos “uma nova etapa evangelizadora”, o Papa Francisco  nos recorde que a Igreja necessita mais do que nunca  “evangelizadores do Espírito”. Sabe muito bem que só o Espírito de Jesus nos pode infundir força para colocar em marcha a conversão radical que a Igreja necessita . Por que caminhos?

Esta renovação da Igreja só pode nascer da novidade do Evangelho. O Papa quer que as pessoas de hoje escutem  a mesma mensagem que Jesus proclama pelas estradas  da Galileia, não outra diferente. Temos que  “voltar à fonte para recuperar a frescura original do Evangelho”. Só desta maneira “poderemos quebrar esquemas enfadonhos em que pretendemos fechar Jesus Cristo”.

O Papa está  pensando numa renovação radical “que não pode deixar as coisas como estão; já não serve uma simples administração”. Por isso,  pede que “se abandone  o cômodo critério pastoral do sempre se fez assim” e insiste:  “Convido a todos a ser audazes e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das próprias comunidades”.

Francisco busca uma Igreja na qual a única coisa que  nos preocupe  seja comunicar a Boa Notícia de Jesus ao mundo de hoje. “Mais do que o temor a nos enganar nos espero que nos mova o temor a nos fecharmos em estruturas que nos dão uma falsa contenção, em normas que nos tornam juízes implacáveis, em costumes onde nos sentimos tranquilos, enquanto fora há uma multidão faminta e Jesus nos repete sem cansar-se: Dai-lhes vós de comer”.

O Papa  quer que construamos  “uma Igreja de portas abertas”, pois a alegria do Evangelho é para todos e  ninguém deve ser excluído. Que alegria poder escutar dos seus lábios uma visão de Igreja que recupera o Espírito mais genuíno de Jesus,  rompendo com  atitudes há tempo  muito enraizadas!  “Frequentemente nos  comportamos como controladores da graça e não como facilitadores. A Igreja, porém,  não é uma alfândega, é a casa do Pai, onde há lugar para cada um com  a vida que carrega”.

 

José Antonio Pagola

Fonte: O Pão Nosso de Cada Dia

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