Presidente Barak Obama recebido esta manhã em audiência pelo Papa no Vaticano

Publicado em 27/03/2014 | Categoria: Papa Francisco |



O Presidente dos Estados Unidos foi recebido nesta quinta-feira de manhã em audiência pelo Papa Francisco. Esta é a primeira vez que Barak Obama encontra o Papa latino-americano, pois na Missa de início do pontificado de Francisco, os Estados Unidos estavam representados pelo vice-presidente Joe Biden. Mas é a segunda vez que o chefe de Estado americano vem ao Vaticano. A primeira vez foi a 10 de Julho de 2009 quando foi recebido pelo Papa Bento XVI.

De qualquer modo, este foi o 28º encontro dum Presidente dos Estados Unidos com o Chefe da Igreja Católica. Barak Obama é o 12º Presidente daquele país norte-americano a fazer uma visita oficial ao Vaticano. O primeiro foi Woodrow Wilson, que lançou a ideia da Sociedade das Nações e que foi recebido pelo Papa Bento XV a 4 de Janeiro de 1919, depois do fim da Primeira Guerra Mundial.

A sucessiva audiência a um Chefe da Casa Branca viria a acontecer 40 anos depois, sob o pontificado de João XXIII, que recebeu o Presidente Eisenhower a 6 de Dezembro de 1959. Seguiu-se a audiência do Papa Paulo VI a John Kennedy, primeiro Presidente católico dos Estados Unidos, a 2 de Julho de 1963. O Papa Montini viria a receber sucessivamente no Vaticano outros três Presidentes: Lyndon Johnson (que tinha já encontrado em 1965 por ocasião da sua visita à ONU) a 23 de Dezembro de 1967; Richard Nixon, duas vezes: em 2 de Março de 1969 e a 29 de Setembro de 1970; e, por fim, Gerald Ford, a 2 de Junho de 1975.

Numerosas as audiências de João Paulo II aos Presidentes americanos durante o seu longo pontificado. O primeiro foi Jimmy Cárter, recebido a 21 de Junho de 1980, depois do encontro na Casa Branca em 1979. Duas as visitas de Ronald Reagan, sob cuja presidência a Santa Sé e os Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas ao mais alto nível, a 10 de Junho de 1984: a 7 de Junho de 1982 e a 6 de Junho de 1987. Seguiram-se as duas audiências a Jorge Bush Sénior, a 27 de Maio de 1989 e a 8 de Novembro de 1991 e a de Bill Clinton a 2 de Junho de 1994.

George Bush Júnior foi recebido pelo Papa Wojtyla três vezes: a 23 de Julho de 2001 (em Castel Gandolfo), a 28 de Maio de 2002 e a 4 de Junho de 2004, quando entregou ao Pontífice a Medalha Presidencial da Liberdade. Duas as suas visitas ao Vaticano sob o pontificado de Bento XVI: a 9 de Junho de 2007 e a 13 de Junho de 2008, depois do encontro de 15 e 16 de Abril em Washington, no início da visita pastoral do Papa aos Estados Unidos.

A visita de Obama, que por ocasião da sua primeira visita em 2009 tinha recebido, como presente, do Papa Bento XVI a Instrução da Congregação para a Doutrina da Fé “Dignitatis Personae sobre algumas questões de Bioética”, enquadra-se numa fase complexa das relações da actual Administração com a Igreja dos Estados Unidos marcada, de modo particular, pela controvérsia sobre a aplicação da reforma sanitária (Il Patient Protection and Afordable Care Act”), na parte relativa às regras sobre a obrigação de cobertura sanitária do aborto e dos meios anticoncepcionais e de outras questões no centro do debate publico no país, como a legalização dos matrimónios homosexuais.

 

Leia também:



MP3

 

Abrir o coração ao Senhor – o Papa Francisco na missa com os parlamentares italianos

 

 

No tempo de Jesus havia uma classe dirigente que se tinha distanciado do povo, que o tinha abandonado e que seguia a sua ideologia deslizando até à corrupção – esta a mensagem principal do Papa Francisco na homilia da missa desta quinta-feira que o Santo Padre celebrou na Basílica de São Pedro com a presença de 493 parlamentares italianos.

A primeira leitura desta dia é do Livro de Jeremias, que nos mostra o profeta a dar voz ao ‘lamento de Deus’ acerca de uma geração que – segundo observou o Santo Padre – não acolheu os mensageiros de Deus. Voltaram-lhes as costas – continuou o Papa – que considerou ser esta também uma situação presente no Evangelho desta quinta-feira, retirada do texto de S. Lucas em que, sobretudo, os líderes do povo não acolheram Jesus:

“O coração desta gente. Este grupinho com o tempo tinha-se endurecido de tal forma que era impossível ouvir a voz do Senhor. E como pecadores deslizaram até à corrupção, tornaram-se corruptos. É muito difícil que um corrupto consiga voltar para trás. O pecador sim, porque o Senhor é misericordioso e espera-nos a todos. Mas o corrupto é fixado nas suas coisas, e estes eram corruptos.”

Estas pessoas enganaram-se no caminho – afirmou o Papa Francisco – recusaram uma lógica de liberdade que lhes oferecia o Senhor, para uma lógica de necessidade, onde não há lugar para Deus…

“Recusaram o amor do Senhor e esta recusa fez com que eles fossem por um caminho que não era aquele da dialética da liberdade oferecida pelo Senhor, mas era aquele da lógica da necessidade, onde não há lugar para o Senhor. Na dialética da liberdade está o Senhor bom que nos ama, ama-nos tanto! Ao contrário, na lógica da necessidade não há lugar para Deus: deve-se fazer, deve-se … Tornaram-se comportamentais… Homens de boas maneiras, mas de maus hábitos. Jesus chama-lhes sepulcros esbranquiçados…”

“Neste caminho da Quaresma vai-nos fazer bem, a todos nós, pensar neste convite do Senhor ao amor, a esta dialética da liberdade onde está o amor e perguntarmo-nos, todos: Mas eu estou neste caminho? (RS)

 



Os comentários estão desativados.