Dia de Todos os Santos

Publicado em 01/11/2018 | Categoria: Notícias |


Golden Catholic mosaic panel

 

A Igreja, no mundo inteiro, celebra nesta quarta-feira, 1º de novembro, todos os santos. A solenidade presente em diversas comunidades de fé como as igrejas ortodoxa, luterana e anglicana, faz memória a todos os batizados que, pelo Batismo, são chamados a viver a santidade.

A celebração de todos os santos remete ao século IV quando se fazia festa com essa intenção no primeiro domingo depois de Pentecostes. Somente no ano de 835, Papa Gregório IV passou para a data que perdura até os dias atuais. Portanto, o primeiro dia de novembro é marcado com a solenidade, pelos católicos, há mais mil anos.

 

Séculos de celebração

Há testemunhos de grande antiguidade, como o de São Cipriano de Cartago, do século III, sobre a comemoração e a importância, já naquele século, de celebrar a memória dos santos. “Lembremo-nos uns aos outros em concórdia e unanimidade. Que em ambos os lados [isto é, o lado da vida e da morte] sempre oremos uns pelos outros. Vamos aliviar o fardo e as aflições por amor recíproco, que se um de nós, com a rapidez da condescendência divina, for primeiro, o nosso amor possa continuar na presença do Senhor, e as nossas orações por nossos irmãos e irmãs não cessam com a presença da misericórdia do Pai”, afirmou São Cipriano de Cartago, na Epístola 56.

São João Paulo II /Foto: Arquivo CN

São João Paulo II dizia que esta festa é uma das maiores do Ano Litúrgico, e é considerada a mais querida do povo cristão. Em 1º de novembro do terceiro ano do seu pontificado, em 1980, o santo polonês fez memória a temas da liturgia desta solenidade, que são de comunhão dos santos: o destino universal da salvação, a fonte de toda a santidade – Deus —, a esperança certa na futura e indestrutível união com o Senhor, a relação existente entre salvação e sofrimento e a bem-aventurança que qualifica todos os santos — descritas por Jesus no Evangelho segundo Mateus.

“Como chave de toda esta rica temática, porém, está a alegria, como recitamos na Antífona da entrada, ‘alegremo-nos todos no senhor nesta solenidade de todos os santos’; e é uma alegria singela, límpida, corroborante, como a de quem se encontra numa grande família onde sabe que aprofunda as próprias raízes e da qual haure a linfa da própria vitalidade e da sua própria identidade espiritual”, afirmou São João Paulo II.

 

 

 

 

Santidade

Bento XVI: Meu último dever é encorajar o atual Pontificado

Papa emérito, Bento XVI /Foto: Arquivo CN

Em 2002, o então cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa emérito Bento XVI, explicou o que vem a ser as virtudes heroicas, necessárias para se reconhecer alguém como santo num processo de canonização. “Virtude heroica não quer dizer que o santo seja uma espécie de ‘atleta’ da santidade, que consegue fazer coisas que pessoas normais não conseguiriam fazer. Quer dizer, em vez disso, que na vida de um homem se revela a presença de Deus, e se torna mais patente tudo aquilo que o homem não é capaz de fazer por si mesmo (…)”, disse Bento XVI, em matéria publicada pelo jornal “L’Osservatore Romano”.

“Virtude heroica não significa propriamente que alguém faz coisas grandes por suas forças pessoais, mas que na sua vida aparecem realidades que não foi ele quem fez, porque ele só esteve disponível para deixar que Deus atuasse”, afirmou o Papa Emérito. Papa Francisco, em 2015, afirmou que seguir as “bem-aventuranças” é o mesmo que buscar a santidade.

 

 

 

 

“Peçamos ao Senhor a graça de ser pessoas simples e humildes, a graça de saber chorar, a graça de ser mansos, a graça de labutar pela justiça e pela paz, mas acima de tudo a graça de nos deixarmos perdoar por Deus, para assim nos tornarmos instrumentos da sua misericórdia. Foi assim que agiram os santos, que nos precederam na Pátria celestial. Eles acompanham-nos na nossa peregrinação terrena, encorajando-nos a ir em frente”, exortou Padre Fernando Santamaria, especialista em Escatologia e professor de Teologia Sistemática do Instituto de Teologia Bento XVI, da Diocese de Lorena (SP)Padre Fernando Santamaria, especialista em Escatologia e professor de Teologia Sistemática do Instituto de Teologia Bento XVI, da Diocese de Lorena (SP)Francisco.
 
 
 

Papa Francisco /Foto: Arquivo CN

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Padre explica por que a Igreja celebra todos os santos

 

Padre Fernando Santamaria, especialista em Escatologia e professor de Teologia Sistemática do Instituto de Teologia Bento XVI, da Diocese de Lorena (SP) afirma que, além de recordar os fiéis que estão no céu, a solenidade quer recordar o chamado de todos à santidade

O padre explica que a vocação à santidade é universal, ou seja, não é reservada para poucos. Todos os homens e mulheres são chamados a serem santos. As pessoas que correspondem a este chamado, e que, portanto, viveram e morreram em Cristo se encontram com Ele no Reino Celeste. No Livro do Apocalipse, capítulo 20, São João afirma que é uma multidão. Porém, nem todos chegarão a ser canonizados pela Igreja; então, esta solenidade existe para recordar todos os fiéis que estão no céu.Neste sábado, 1º, a Igreja celebra a solenidade de Todos os Santos. Para explicar por que esta festa foi instituída e o que ela representa, o Canção Nova em Foco, desta semana, conversa com padre Fernando Santamaria, especialista em Escatologia.

“São esses nossos irmãos e irmãs, de diferentes estados de vida, diferentes idades, que nós acreditamos que já contemplam a face do Senhor e já estão nesta dimensão triunfante da Igreja, esses que celebramos na Solenidade de Todos os Santos. Mas essa festa existe também, para recordarmos que todos nós somos chamados ao Reino Celestial.”

 

Para exemplificar, padre Fernando compara a festa a um monumento histórico, erguido para recordar soldados mortos em uma guerra. Não se sabe o nome dos soldados mortos em batalha, mas o monumento é erguido para fazer memória a todos eles.

“A solenidade de todos os santos é comparável a esse ato civil. Há uma data e um marco para lembrar de todos num só [dia]. Lembramos de todos os santos e santas que não foram canonizados mas que se encontram na glória.”

Assim como muitos fiéis costumam celebrar seu santo de devoção e pedir sua intercessão, especialmente no dia dedicado a eles, neste primeiro de novembro, é possível pedir a intercessão de todos os santos.

Santos canonizados ao longo da história da Igreja, e também no século XXI, como João Paulo II, são prova de que a vocação à santidade é possível. Entretanto, o padre destaca que assumir essa vocação não é obra pessoal, mas um projeto de Deus, somente possível com a graça d’Ele, ou seja, não se pode ter a pretensão de querer ser santo pelas próprias forças.

“Os santos com muito esforço, muita graça de Deus, pelo mérito de Cristo, se santificaram, ao ponto de também agora terem méritos […] Nenhum santo cura, liberta ou faz milagre. O único que faz milagre é Deus, mas Ele quis, por intercessão da Virgem Maria, dos santos e dos anjos, distribuir as Suas graças”.


Dia de Finados

No dia seguinte ao dia de todos os santos, a Igreja celebra o Dia de Finados, ocasião para recordar os fiéis defuntos. Nesta ocasião, destaca-se a existência da Igreja triunfante no céu; padecente no Purgatório e a militante na terra. Na entrevista, padre Fernando também explica o sentido deste dia e orienta como os fiéis devem vivê-lo.

 

Saiba os horários das Missas no dia de Finados na paróquia São Francisco Xavier, em Niterói:

 
  • No Cemitério de São Francisco Xavier, em Charitas:  às  9h  e  às 16h30m
  • Na Igreja Matriz, às  19 horas

 

Fonte: Canção Nova/ CNBB



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