Dia da Bíblia

Publicado em 25/09/2011 | Categoria: Destaques Editorial |


A Bíblia, uma carta de Amor de Deus para nós


Chegamos à última semana de mais um mês da Bíblia. Nele, além de realizarmos mais amiúde a leitura orante da Palavra, procuramos estudar também, atuaizando-nos um pouco mais sobre o seu sentido profundo e como melhor podemos nos acercar dela para colhermos mais frutos. .

Vivemos tempos de muitos sentidos. Corremos demais daqui pra cá e de lá pra cá sem sabermos realmente se essa correria maluca está nos dando o verdadeiro sentido de unirmos fé e vida. A Bíblia, com toda certeza, pode nos ajudar nesse caminho de integração. Para isto há que se sair da intenção e partir para a ação.  O que significa isto?

É que costumamos permanecer bastante no campo das ideias, das intenções bonitas, para serem trazidas à realidade em um ponto obscuro do futuro que gostamos de adiar. É preciso se colocar os meios para que a Bíblia, não somente no mês de setembro, mas durante todo o ano, seja fonte de água pura a nos saciar a sede e nos levar adiante na caminhada.

Mãos à obra! Deus está adiante nos esperando. Ele está na Bíblia.

Fernando Cyrino

Como 6ª e última parte da série sobre a Bíblia que postamos durante  setembro, o mês dedicado a Bíblia, publicamos  a  crônica do Eduardo Machado, educador e escritor.



Uma história de amor

Não. O título acima não se refere a um romance açucarado ou alguma novela mexicana . O tema sobre o qual quero falar é A BÍBLIA, e, em se tratando das Escrituras Sagradas, o título é mais que apropriado. Mas antes de explicar o porquê dessa escolha, talvez seja interessante conhecer um pouco mais sobre a Bíblia. A palavra Bíblia é de origem grega e significa LIVROS. A expressão é bem adequada se lembrarmos que a Bíblia é um conjunto de 73 “livros” (na versão católica romana) divididos em duas partes principais:




O ANTIGO TESTAMENTO (AT), composto por 46 livros que começaram a serem escritos mais ou menos 1100 anos antes do nascimento de Jesus de Nazaré. Começa com o livro do Gênesis, onde encontramos a narrativa bíblica da criação e termina com o livro do profeta Malaquias.

Nessa parte da Bíblia é narrada a História do Povo Hebreu e, através dela, a História da relação entre Deus e o Homem.

O NOVO TESTAMENTO (AT), TEM 27 LIVROS. Começou a ser escrito mais ou menos 30 anos depois da morte de Jesus e terminou por volta do final do primeiro século da nossa era. Começa com os quatro Evangelhos e termina com o livro do Apocalipse de São João. É importante citar a preciosa coleção das Cartas de São Paulo, dirigidas a Comunidades Cristãs e a alguns companheiros de Evangelização no início do anúncio da Boa Nova.

Há muita gente que reclama sobre a dificuldade de ler a Bíblia. São textos complicados, dizem, palavras difíceis e expressões, às vezes, impenetráveis. Há uma certa razão nessas queixas. Na verdade, muitos textos bíblicos são mesmo difíceis de entender. É necessário muito estudo e aplicação. Há estudiosos que dedicaram a vida inteira à pesquisa sobre os textos bíblicos e, mesmo assim, deixaram ainda muitas dúvidas. É que a “linguagem” da Bíblia, como literatura, na verdade são muitas. Mas uma coisa é ESTUDAR a Bíblia e outra BEBER da sua fonte. Carlos Mesters, diz que a Bíblia é “como um coco de casca dura. Esconde e protege uma água deliciosa que pode matar a sede do peregrino cansado. É preciso descobrir um modo de quebrar a casca deste coco… e beber da sua água doce e refrescante”.

Uma das formas é conhecer melhor a Bíblia. Afinal, só se ama o que se conhece, e não se esquece o que se ama.

Então, vamos lá!

Imagine um conjunto de livros que, entre a escrita do primeiro e do último passaram-se cerca de 1300 anos. Histórias que primeiro eram contadas oralmente, de geração para geração, pois essa era a tradição. O texto escrito vai aparecer muito depois da história acontecida. Há livros que são verdadeiros épicos. Há literatura erótica, fábulas quase infantis e a mais pura poesia. Alguns livros não passam de uma carta de meia página. Outros têm mais de 60 capítulos e cobrem um tempo que atravessa séculos de História.

É possível fazer arqueologia com alguns textos bíblicos e outros são uns convites a sonhar.

O texto bíblico é uma obra em mutirão. Muitos homens e mulheres dedicaram-se à tarefa de registrar as histórias que viveram ou ouviram de seus ancestrais. De mil formas diferentes, nos mais diversos gêneros literários, pelas mãos de pessoas rudes e iletradas e por meio de poetas inspirados, a Bíblia foi sendo ‘tecida’ com um único objetivo:

FALAR DO AMOR DE DEUS PELAS SUAS CRIATURAS

Revelar o verdadeiro caráter de Deus, QUEM ELE É, na verdade, e o que sonhou para nós.

Mas, então, há muita coisa na Bíblia que não pode ser entendida ao pé da letra. O texto pode ser uma narrativa objetiva ou uma parábola, aliás, como Jesus gostava tanto de contar. Essa é a tarefa da Ciência em suas diversas disciplinas. Descobrir COMO as coisas aconteceram. A Fé é de uma simplicidade quase infantil (e como podem ser profundas as coisas ditas por crianças…).

O UNIVERSO EXISTE PORQUE DEUS É AMOR! A Bíblia diz que DEUS É AMOR. Quem ama, ama a alguém. Olha aí uma pista para penetrar um pouquinho no mistério da Trindade. O Deus revelado por Jesus é família! Desde sempre! Uma com-unidade cuja natureza é AMAR. Amor infinito que derrama e transborda. A criação é o AMOR de Deus derramando. Cada um de nós é uma gota desse amor na História. E só quem sente a grandeza desse amor é capaz de entender que uma gota, unindo-se a outras, pode inundar o mundo.

Ler a Bíblia é ler a nossa própria História. Pessoal e comunitária. Está tudo lá. Todas as qualidades e fragilidades da Humanidade. O desejo e a busca. O fracasso e o encontro. A força pra continuar a caminhada. A certeza de que Deus é um Pai amoroso e que todos somos irmãos. O centro dessa História é a pessoa de Jesus. Na Bíblia, o seu nascimento é chamado de “PLENITUDE DOS TEMPOS”. Ele vem anunciar claramente o que já está narrado no Antigo Testamento: Deus é Pai e somos todos irmãos. Aliás, para sermos fiéis às palavras de Jesus, Ele usou uma expressão que já diz tudo: Deus é Abba, que quer dizer “PAPAI”…

Papai é diferente, é MAIS que Pai…

Então? É ou não uma bela história de amor?

Para ilustrar tudo o que disse, quero terminar reproduzindo um texto bíblico que é uma síntese da herança deixada por Jesus. Uma mensagem que atravessou quase dois milênios para chegar até nós. Viva, intensamente e apaixonadamente.

Beba…

“Felizes os que têm espírito de pobre, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que choram, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque possuirão a terra. Felizes os famintos e sedentos de justiça, porque serão saciados. Felizes os que se compadecem, porque alcançarão misericórdia. Felizes os limpos de coração porque verão a Deus. Felizes os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Vocês serão felizes quando forem insultados e perseguidos. Quando, por minha causa, mentirem, dizendo todo mal contra vocês. Alegrem-se porque grande será a recompensa. Foi assim que perseguiram os profetas antes de vocês. Vocês são o sal da terra. Mas se o sal se estragar, como poderá realizar sua tarefa? Já não servirá para nada a não ser jogado fora e pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Assim como não é possível esconder uma cidade situada no alto de uma montanha, não se acende uma lâmpada para se por sob a mesa, mas sim sobre o candelabro para que ilumine a todos em volta. É assim que deve brilhar a luz de vocês diante de todos os homens, para que eles vejam as suas boas obras e glorifiquem o Pai que está no céu”. Mateus 5, 3-16

Ah, antes que eu me esqueça…

“Como o Pai me ama, assim também eu amo a cada um de vocês. Permaneçam no meu amor. Se vocês guardarem meus mandamentos permanecerão no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Digo essas coisas a vocês para que a minha alegria esteja em seus corações e a alegria de vocês seja completa! Mas não se esqueçam nunca do meu mandamento: QUE VOCES SE AMEM UNS AOS OUTROS”

Eduardo Machado



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